29 de março de 2024
JR Guzzo

Ilegitimidade institucional

Imagem: Arquivo Google – Wellington Barros Advogados Associados

Há muita revolta de gente boa, decente e bem intencionado em relação aos grupos de caminhoneiros que rogam pragas contra o STF.
Cidadãos que defendem sinceramente a paz na vida pública estão alarmados com a escalada da violência verbal, nas redes sociais e fora delas, contra políticos, partidos e magistrados supremos. Aumenta o medo de muitos diante das “milícias virtuais” — como são chamados hoje, os que atacam com agressividade as autoridades constituídas.
Tudo isso é muito ruim. Mas também é inútil o esforço das mentes equilibradas para ignorar a realidade que todos estão vendo.
Uma parte cada vez maior da população não acredita mais que o Congresso e o Supremo operem com um mínimo de honestidade — está convencida, ao contrário, que são organizações de proteção ao crime.
Nesses momentos, fica formada uma coisa que a ciência política chamada de “ilegitimidade institucional” — ou seja, as instituições passam a ser vistas como algo que faz mal ao bem comum. Não são mais a proteção das pessoas. São as suas inimigas.
A verdade que ninguém fala em voz alta é a seguinte: são as Forças Armadas, e só elas, que mantém abertos hoje em dia o Congresso e o Supremo. Se dependesse da vontade da maioria dos brasileiros, ambos já teriam ido para o espaço.
Muito pouca gente está disposta a defender instituições que se transformaram em lixo, por causa da conduta diária de seus membros. Ou alguém acha que deputados, senadores e ministros do STF são um modelo de virtude?

J.R Guzzo

José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, publicação da qual integra também o conselho editorial.

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José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, publicação da qual integra também o conselho editorial.

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