29 de março de 2024
Joseph Agamol

Por que a gente é assim?


Não, amigos e vizinhos: sinto decepcioná-los – ou não – mas este não é um texto sobre o Barão Vermelho e sua música.
(Parênteses rápido: conheci o Barão em 1982, bem antes deles estourarem com Pro Dia Nascer Feliz. Já na época gostei bastante do rock primitivo do grupo, calcado no blues e na voz agridoce do Cazuza.)
Hoje eu vi que, em uma praia da Califórnia, moradores formaram um grupo, que, duas vezes ao mês, se reúne para limpar a areia e o mar da região.
Repito: moradores. Grupo. Reunião duas vezes ao mês. Limpar a praia onde moram.
A minha vida inteira no Rio acompanhei as notícias da poluição crescente. As reclamações da imprensa. Dos moradores.
Mas nunca soube de um único movimento para a, sei lá, retirada de, sei lá, prosaico cocô de cachorro das areias das praias cariocas.
Em nosso país, onde a figura do Estado-paizão está tão fortemente entranhada – a ponto de, talvez, ser o único onde uma distorção como “concurseiro” é considerado uma espécie de profissão – espera-se do governo absolutamente tudo: até aquilo que os cidadãos comuns podem alcançar.
A pergunta não é retórica: alguém conhece algum movimento tupiniquim que execute algo parecido?
Talvez o título do texto esteja errado: com licença de Cazuza, Frejat e companhia, mas o ideal aqui seria:
Por que a gente NÃO é assim?
Hein?

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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