Ano passado esse panetone esgotou em todas as lojas da Lindt aqui na minha aldeia.
Esse ano decidi usar uma estratégia mais, digamos, assertiva, para obtê-lo.
Fui às lojas. Conversei com vendedoras. Expliquei meu vício. Quase implorei. Tentei despertar piedade. Sim, eu cheguei a esse ponto.
Deixei meu WhatsApp com as gerentes e, mediante um misto de ameaças e suborno, obtive a promessa de que seria avisado ASSIM QUE A PEÇA CHEGASSE.
(mentira, elas se compadeceram de mim e prometeram me avisar, de boa vontade)
Não satisfeito, voltei às lojas todo final de semana. Fiz campana nos estacionamentos de carga e descarga. Fiquei de tocaia como um Rambo. E ontem fui recompensado.
Chegaram. O normal, com gotas de chocolate, o recheado meio amargo e esse com creme de avelãs. Tudo coroado pelo melhor chocolate do mundo.
1kg, senhoras e senhores, moças e rapazes. 1kg de orgasmos múltiplos em forma de panetone.
Eu caminhei em passos bêbados até o caixa. O suor escorria em bagos pela minha nuca, chegando até o rego. Minhas mãos tremiam incontrolavelmente. A moça do caixa perguntou se eu queria um gole d’água.
Coaxei que não, que estava tudo bem. Eu só queria meu panetone.
Comprei e pensei: “rárárá! Finalmente! Vou guardar para devorar no Natal!”.
Vocês me conhecem um pouco, amigos e vizinhos.
Pergunto:
1 – eu REALMENTE vou guardar até o Natal?
2 – quanto vocês acham que sobrou, hoje, menos de 24h depois da conquista?
A – 75%
B – 50%
C – neca de pitibiribas.


Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.