28 de março de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Liberdade é mais do que um direito

Foto: Clarence Benjamin
A palavra “liberdade” nunca saiu de moda. Como sua irmã adotiva, “democracia.” O problema é que tanto “liberdade” quanto “democracia” em geral não saem das bocas de gentes que não tem o mínimo apreço, nem por uma, nem por outra. Nem apreço, nem bem-querença, muito menos conhecimento.

Porque liberdade é mais que mero direito.

É como a contração involuntária de um músculo, sabe?
A pele que se eriça diante do frio? Ou aquele toque há muito desejado? O movimento involuntário em direção à tona. À luz. Ao ar.

É a pupila que se dilata frente à luz intensa. O achegar-se à noite ao colo de quem se ama, em sono profundo. As lágrimas que pulsam ao sentir a terra amada. Cócegas. Nos pés. No estômago. Na alma.

Acaso alguém pede ao coração para que bata?

Direito é coisa que se dá, que se toma, que vem e que vai, ao sabor de paixões vis.

Liberdade é mais.

Eu só comparo liberdade com a sensação de fechar os olhos diante da iminência da felicidade – que se pressente. Que se intui. Que será.

Como o momento da libertação de uma mãe judia e sua filha, resgatados de um trem nazista por soldados americanos.

Acaso alguém pede ao coração para que pulse? Poderá o olho parar de chorar?

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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