Foto: Harry Warnecke
Era uma tarde ensolarada de verão em Nova York, em julho de 1925. Sim, muito longe no tempo, eu sei: quase 100 anos. O repórter do New York Times, Harry Warnecke, estava na redação – e, acredite, sem nada para fazer em plena N.Y.C.!
Foi quando recebeu uma ligação: uma gata estava correndo risco de vida ao tentar atravessar uma rua, em meio ao caótico (já naquela época) trânsito nova-iorquino. Correu para lá e fez o registro adorável que compartilho com vocês: um oficial de polícia interrompe o trânsito, indiferente aos olhares furiosos dos motoristas, para que a gata atravesse – sã e salva – com seu filhote – rumo aos lugares misteriosos onde os gatos se abrigam.
Foi há quase um século. Mas o que me surpreende não é a distância cronológica que nos separa da tarde ensolarada em Nova York, quando um policial parou o trânsito para que uma gatinha atravessasse a rua com seu filhote.
O que me surpreende, de verdade, é estarmos (muito) mais distantes dos tempos suaves em que essa cena se passou – do que meros e mensuráveis cem anos.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.