25 de abril de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Essa é a imagem mais bonita que você vai ver hoje

Foto: Katarina Stoltz
A doce senhorinha, que nos olha da foto, e que parece uma vovó como muitos de nós tiveram, ou tem ainda, a oferecer café com leite e bolo de chocolate, chama-se Irena Sendler. Ela também foi conhecida pelo codinome “Jolanta”.

Irena Sendler – sim, eu faço questão de repetir seu nome, nunca será demais – ou Jolanta, como queiram, a senhorinha da foto, foi apenas e simplesmente uma das maiores heroínas da humanidade.

Venha comigo. Você pode vê-la? A esgueirar-se nas frias madrugadas polonesas, em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial? Firme a vista em meio à penumbra: lá está ela, carregando… uma maleta?! Apure os ouvidos agora: podemos escutar um chorinho abafado?

Está tudo bem com a criança, tudo bem: é só Irena Sendler em mais uma noite de trabalho clandestino, contrabandeando… um bebê judeu para bem longe das botas dos nazistas.

Irena Sendler salvou cerca de 2.500 crianças judias dos carrascos. Eu disse: DUAS-MIL-E-QUINHENTAS-CRIANÇAS foram salvas do infame Gueto de Varsóvia. E que, graças à senhorinha da foto, tiveram filhos e netos e bisnetos. E uma vida. E um FUTURO.

Irena foi presa e torturada pelos nazistas. Teve seus braços e pernas quebrados. Foi condenada à morte – mas conseguiu fugir. Pensa numa moça durona!

Olhem, eu creio sinceramente na existência de um lugar superior, melhor, bom, puro e justo, para onde vão todos aqueles que fizeram, em vida, de sua vida, uma vida boa, pura, justa. E eu acredito que, lá, dona Irena Sendler terá um lugar especial. Reservado. Com todas as honras e benesses. Eu disse “acredito”? Acredito nada: eu SEI. Apenas sei.

Eu posso vê-la, sentada, em uma casa de madeira avarandada, a uma mesa repleta de maravilhosos doces poloneses, cercada por uma multidão incalculável e barulhenta: os milhares de meninos e meninas que tiveram a imensa sorte e a indescritível alegria de tê-la em suas vidas.

Bença, dona Irena. Bença.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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