19 de abril de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Aves de Rapina

Foto de Margot Robbie por Miller Mobley

Fui ver Aves de Rapina – e o filme é ruim. Mas é ruim, viu? Tão ruim, mas tão, tão ruim que vale a pena ver.
Explico.
Já começa com a Harley Quinn narrando.
Sabe aquela parada de “quebrar a quarta parede”? Que o filme do Deadpool copiou de “Curtindo a Vida Adoidado”? Então. “Aves de Rapina” copia do Deadpool. A vantagem é que Margot Robbie é mais divertida do que Ryan Reynolds.
Ah, Margot Robbie. Embarangaram a Margot Robbie. Parece incrível, eu sei. Acho que foi proposital. Culpa provavelmente da sexualização excessiva da Harley Quinn em “Esquadrão Suicida”. Podia rolar um meio termo, mas tudo bem. Tempos sombrios.
O filme, é claro, é todo de Margot Robbie – ela é ótima, claro, sem novidades, e até a canastrice com que interpreta algumas cenas parece friamente calculada. Ela é um show – até com o ridículo macacão dourado que virou peça de Hot Toys.
“Aves de Rapina” se inspira claramente em Tarantino. Só faltou cena de podolatria. Tá tudo lá: violência caricata, música fodona… mas falta a genialidade tarantinesca. Fica mais parecido com Robert Rodriguez, discípulo do Taranta.
As cenas de luta são O.K., e passam com um honroso 7: algumas muito boas, outras meio seriado do Batman dos anos 60, com vilões em bando levando pancada e voando para todos os lados. Só faltaram as onomatopeias: “soc!”, “pow!” e “bang!”
No frigir dos ovos, o filme se leva tão pouco a sério em sua proposta, é tão pouco pretensioso, que sua ruindade aparente se torna divertida.
De onde menos se espera, daí mesmo é que não sai coisa nenhuma, eu sei.
Mas não é o caso de “Aves de Rapina”: espere um filme ruim.
Mas se divirta pacas.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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