Acredito que Michelle Pfeiffer fez 60 anos.
Acredito que, para Michelle Pfeiffer, o tempo é só aquilo que ela vê quando consulta o relógio.
Acredito que Michelle Pfeiffer olhe-se no espelho, todos os dias, e talvez pense se é merecedora do presente de valor incalculável que recebeu.
Acredito que o Tempo apresenta-se a ela como um senhor grisalho, bem vestido e de boas maneiras, a levá-la gentilmente pela mão, caminhando pela estrada em ritmo diferente de todos os outros mortais.
(Eu imagino esse sr. Tempo como Ian Mckellen, a propósito)
Acredito que Botticceli teve um sonho profético com Michelle Pfeiffer e, após o sonho, pintou O Nascimento de Vênus.
Acredito que Michelle Pfeiffer seja a transubstanciação, o tornar-se verbo, de imagens, sentimentos e lugares que só encontram equivalente em sua figura.
Acredito que Michelle Pfeiffer seja o pôr do sol no Texas. No Rio. No Inverno.
Uma canção de Melody Gardot.
Um poema de E. E. Cummings.
Um café negro e translúcido aquecendo as mãos ao se contemplar a chuva.
A noite se fazendo feliz em Nova York.
Um gato retesando os músculos e tendões um nanossegundo antes do salto.
Uma oração sincera.
Acredito que Michelle Pfeiffer fez um pacto com o Tempo, que será doce e suave com Michelle.
A garota-para-sempre.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.