28 de março de 2024
Joseph Agamol

O Presidente e o ENEM

Imagem: Arquivo Google – homo universalis

Hoje eu vi a postagem de um deputado de esquerda afirmando que o presidente não conseguiria responder à questão do ENEM e lembrei desse post que fiz antes das eleições. Confiram comigo no replay:

Um ex-ministro da Educação não saber a diferença entre “caçar” e “cassar” é o corolário óbvio de um país que tem Paulo Freire como patrono da Educação.

Durante o Renascimento, o homem que abrangia e se destacava em varias áreas do conhecimento, como artes, filosofia, linguística e ciência era conhecido como “homo universalis”.

Leonardo da Vinci, por exemplo, era um “homo universalis”:

um “homem universal”, para fazer uma tradução literal do latim, para o qual o saber não respeitava quaisquer limites.

O “homo universalis” foi o símbolo brilhante de uma era igualmente brilhante, portanto.

Fiquei surpreso diante da surpresa de todos quanto ao erro do ex-ministro.

Que o sr. poste não saiba quando usar “caçar” ou “cassar” não deveria nos causar espanto ou indignação, amigos.

Ao contrário, digo que deveria ser motivo de comemoração efusiva. Sim, eu digo.

É a prova mais cabal e conclusiva de que todos os brutais esforços dedicados à involução – eu disse “INvolução” – da Educação brasileira, desde Emília Ferreiro, atingiram os resultados ansiosamente aguardados.

Se Leonardo foi o símbolo de sua era, o ex-ministro que não sabe a diferença entre “caçar” e “cassar” é, por sua vez, o representante máximo da nossa.

Ele é o Leonardo da Vinci do obscurantismo, da névoa e da insipiência de toda uma geração.

O “homo ignorantus”, ícone supremo da década petista no Brasil, representante excelso de milhões de seres humanos para os quais a ignorância é um objetivo a ser alcançado.

(Parabéns a todos os professores, diretores de escola e pedagogos que não pouparam sacrifícios no sentido de alcançar o apogeu da obtusidade).

Por que a surpresa, amiguinhos? No país de Paulo Freire, “cassar” e “caçar” podem representar a mesma coisa.

Não faz mais diferença.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

1 Comentário

  • Ademar Amâncio 7 de novembro de 2019

    Atire o teclado quem nunca escreveu nada errado?Isto acontece com as piores e as melhores cabeças.Quanto ao caso do atual ministro da educação e Bolsonaro já é caso de…

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