Todo mundo – ou ao menos todo brasileiro – conhece a história: em 1993, Tina Turner fazia um show na Austrália, e viu Ayrton Senna na plateia. Ele tinha acabado de vencer o GP de Adelaide. Tina o convida a subir ao palco, e dedica a ele a canção “The Best” – sim, esse é o nome correto.
O que pouca gente sabe é que a música foi gravada originalmente por Bonnie Tyler, em 1988, sendo posteriormente regravada por Tina.
Para mim, “The Best” está indelevelmente associada a um período da História em que a esperança ainda não havia batido a poeira de suas botas, ao deixar o Brasil – por tempo indeterminado.
O presidente era Itamar Franco – de quem pouco se esperava, e quem muito fez.
Ainda não havia se abatido sobre o país o pesadelo das ideologias revolucionárias no governo.
O Plano Real decolava, e os brasileiros começavam a acreditar na possibilidade de viver sem inflação. O papa era João Paulo II – sim, habemus papa! – e, pela primeira vez, ele visitava a antiga URSS.
Há 30 anos, o Brasil não era o melhor – na verdade, estava longe de ser – mas ainda não haviam roubado do país, como diz a letra da canção, “uma vida de promessas e um mundo de sonhos”.
Ainda não haviam nos roubado o país.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.
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