19 de abril de 2024
Colunistas Joseph Agamol

“Simply the Best”

Todo mundo – ou ao menos todo brasileiro – conhece a história: em 1993, Tina Turner fazia um show na Austrália, e viu Ayrton Senna na plateia. Ele tinha acabado de vencer o GP de Adelaide. Tina o convida a subir ao palco, e dedica a ele a canção “The Best” – sim, esse é o nome correto.

O que pouca gente sabe é que a música foi gravada originalmente por Bonnie Tyler, em 1988, sendo posteriormente regravada por Tina.

Para mim, “The Best” está indelevelmente associada a um período da História em que a esperança ainda não havia batido a poeira de suas botas, ao deixar o Brasil – por tempo indeterminado.

O presidente era Itamar Franco – de quem pouco se esperava, e quem muito fez.

Ainda não havia se abatido sobre o país o pesadelo das ideologias revolucionárias no governo.

O Plano Real decolava, e os brasileiros começavam a acreditar na possibilidade de viver sem inflação. O papa era João Paulo II – sim, habemus papa! – e, pela primeira vez, ele visitava a antiga URSS.

Há 30 anos, o Brasil não era o melhor – na verdade, estava longe de ser – mas ainda não haviam roubado do país, como diz a letra da canção, “uma vida de promessas e um mundo de sonhos”.

Ainda não haviam nos roubado o país.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

1 Comentário

  • Sylvia Belinky 9 de abril de 2022

    Adorei! Não sabia dessa história da Tina com nosso Senna – e tampouco sabia que essa música tinha sido gravada anteriormente pela Bonnie Tyler; quanta ignorância revelo para um único texto que sequer é tão longo!

    De fato, nos roubaram o país e o direito de achar que poderia dar certo em algum momento (meio que por acaso, como o foi com o Itamar) – quanto menos esperássemos, tanto melhor, era como funcionava.

    Agora, esperamos pouco ou nada e nada é a parte boa: não tem sido difícil nos provar que, para nós e nossos políticos, o fundo do poço não existe…

    Por isso falei da Anitta – e te agradeço imensamente por ter falado do Aírton Senna e da Tina Turner e contado essa história tão genial!

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