Foi numa estrada da Flórida.
Do nada, na margem, próximo aos mangues lotados de aligatores, eu a vi.
A belíssima águia-americana, desdobrando suas asas imensas contra o céu azul-cobalto. Ela emitiu seu característico grito e alçou voo.
Foi coisa de segundos.
Mas, quando o Eterno lhe envia um presente desse porte, quando você recebe a visão dessa criatura poderosa, é como se recebesse uma bênção. É como se recebesse um recado. Eu lembrei porque amo essa nação, e, não, não tem nada a ver com poder ou dinheiro.
Eu amo a América porque, desde que se ergueu como a primeira terra livre no mundo, desde que sacudiu as correntes da metrópole que a dominava, em 1776, seu povo manteve esse compromisso, essa fé, essa herança e esse sangue marcado pela Liberdade.
A grande águia-americana, ao recortar sua silhueta contra o céu dos Estados Unidos, estava renovando meus votos, minha união indissolúvel com a terra das pradarias e das grandes florestas do Noroeste, com as Montanhas Rochosas e os Apalaches, com as imensas planícies texanas e as multidões de todas as raças em Times Square, com os pumas e bisões, com os falcões-peregrinos e os lobos-cinzentos e negros.
Ela me olhou com seus olhos eternos e imemoriais e eu recebi e acalentei essa imagem, essa visão, essa bênção, como uma promessa, um desejo, um coração de águia a sobrevoar a terra dos livres e o lar dos bravos.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.