As recentes polêmicas envolvendo algumas celebridades da música e das artes cênicas me fizeram lembrar de quando cantores, atores e artistas variados lutavam – mas não com palavras.
Por exemplo, Clark Gable.
Gable já era um astro de Hollywood quando o ataque a Pearl Harbor, em 1941, e o falecimento traumático de sua esposa, Carol Lombard, o fizeram se alistar na Força Aérea americana. Atuando como artilheiro, onde era conhecido por Gunner Gable, quase foi atingido por um projétil – que arrancou parte de seu sapato, não explodindo por puro acaso. Dizem que o Führer alemão, que era grande fã do ator, ofereceu uma recompensa milionária por sua captura.
Outros astros da Era de Ouro de Holllywood começaram sua carreira como militares. Steve McQueen, depois de uma infância difícil, com histórico de espancamentos pelo padrasto e união com gangues de rua, juntou-se aos Fuzileiros Navais dos U.S.A. em 1947. Em um exercício de sua tropa no Ártico, um acidente jogou vários homens ao mar. Ele mergulhou e salvou 5 companheiros. Humphrey Bogart serviu na Primeira Guerra Mundial. Johnny Cash, na Guerra da Coreia. Clint Eastwood, também.
Embora nem todos tenham tido atuações relevantes em sua experiência como soldados, todos afirmam que a vida militar teve papel fundamental no que se tornariam depois. Talvez isso tenha faltado ao mundo pop de hoje. Talvez.
E eu encerro com as palavras do próprio Clark Gable, tão imortais quanto verdadeiras:
“Tudo que um homem precisa ter é esperança e confiança em si mesmo contra as probabilidades. Às vezes, ele precisa de alguém: um amigo, sua mãe, sua esposa – ou Deus – para lhe dar essa confiança. Ele precisa ter valores pelos quais valha a pena lutar. E estar pronto para escolher a morte antes da desonra – sem dançar ou fazer muito barulho a respeito. Isso é tudo o que há.”
Foi mesmo uma Era de Ouro – não só para Hollywood.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.