16 de abril de 2024
Colunistas Joseph Agamol

“O mundo não é mais o mesmo”

Foto: cartaz promocional do filme “Logan”

Lembrei dessa frase ao ver os acontecimentos dos últimos dias – e ao perceber tantas pessoas angustiadas diante do que parece estar acontecendo. Eu compartilho da angústia gerada pelos fatos. Mas, além da angústia, eu vejo algo mais: eu vejo convergência.

É sabido o que a tradição cristã afirma sobre os sinais dos tempos. Mas também o judaísmo parece reservar para o cenário atual uma visão profética. Os judeus acreditam que estamos a cerca de 220 anos de entrarmos na era messiânica, na qual a humanidade será, enfim, redimida e poderá cumprir seu destino diante do Eterno. Segundo algumas interpretações históricas, estamos a apenas 20 anos dessa promessa.

Convergência.

Poetas e músicos parecem manter abertos canais de conexão com o Altíssimo. Bebem de fontes cujo acesso os demais parecem desconhecer.

Bob Dylan, por exemplo, na letra de “All Along the Watchtower”, repercute o profeta Isaías, no capítulo 21:

“Prepare a mesa, vigie na torre de vigia, coma e beba; levantem-se, príncipes, e preparem o escudo.”

Johnny Cash, em “The man comes around”, que, segundo ele, foi inspirada por um sonho com a rainha Elizabeth, remete ao livro do Apocalipse em sua letra. Ou seria melhor chamar de… “visão”?

“Escute as palavras escritas há muito tempo/ Quando o Homem vier outra vez…”

O mesmo Dylan, em “The Times They are changing”, escrita em 1963, ano do assassinato do presidente Kennedy, diz:

“Reúnam-se, pessoas, onde quer que estejam/ E admitam que as águas ao seu redor estão subindo/ E aceitem que logo estarão encharcados até os ossos/ Se para vocês, seu tempo ainda tem valor/Então é melhor que comecem a nadar ou afundarão como pedras…
Pois os tempos estão mudando…”

“O mundo não é mais o mesmo, Charles”, diz um melancólico Logan para seu amigo envelhecido, no filme “Logan”, ao perceber as mudanças.

Sim, o mundo não é mais o mesmo. Está mudando.

E isso pode ser maravilhoso. Vejam os vídeos…

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *