Quem nunca botou reparo que café se presta, se adequa, se molda, se amalgama a quase todas as situações – sendo que em todas ele é muito mais do que apenas algo que se prepara e ingere?
Café pode ser felicidade: rua de Nova York em abril, frio que nem aço azul, e você dá de cara com uma Starbucks? Não é nem cafeteria: é portal, coisa digna de Nárnia.
Café pode ser aquele desafogo na hora certa, quando o chefe cobra preço, prazo, projeto… “vou só tomar um cafezinho e já vejo isso!” E é a quase santa cafeína que vem abrir a mente, trazendo a solução, o resfolego, o “des-sufoco”.
Café pode ser encontro: aquele esbarrão ocasional, na Paulista ou na Lapa, o velho amigo que se encontra no sinal, tipo a canção de Paulinho da Viola…
Café pode ser paquera: e aquele NOSSO café, quando é que vai rolar…? Repare que a ênfase é no “nosso” e no “rolar”, que pode ser um verbo giriático (tá, inventei agora), ou um “rolar” ao estilo de “Mania de Você”, da Rita.
Agora, com esse café da imagem só mandando assim: “Go ahead. Make my coffee”.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.