A frase é atribuída a Albert Einstein, embora não tenha sido oficialmente registrada. Ele a teria pronunciado em um jantar com amigos, em março de 1947.
Mas, em setembro de 1946, alguns meses antes, repórteres cobrindo os testes nucleares no atol de Bikini – sim, daí vem o nome da peça de banho – divulgaram que um tenente do exército americano teria dito uma frase bem parecida, apenas com “lanças”, em vez de “paus e pedras”.
Talvez Einstein tenha ouvido em algum lugar e criado sua própria versão. Parafraseando Einstein – ou o anônimo tenente – eu digo que não sei em quais circunstâncias ocorreria uma guerra nuclear – mas arrisco dizer como seria o PÓS-GUERRA.
Primeiramente: eu não acredito que acontecerá uma guerra nuclear. Penso que nenhum ser humano será tão estúpido para provocar isso.
Mas nunca devemos subestimar o que a vaidade, a ira e o orgulho são capazes de fazer.
Dito isto, eis como imagino o cenário após um conflito nuclear.- de imediato, cerca de 100 milhões de pessoas sucumbiriam. Isso porque sou modesto. Calculando pela população de grandes metrópoles afetadas, eu chutaria o dobro disso.
Com o tempo e as consequências da radiação, esse número chegaria fácil a 1 bilhão, talvez. A sociedade como conhecemos desapareceria. Esqueçam celulares sofisticados, notebooks e Netflix – a internet poderia operar por algum tempo ainda, mas logo cairia. Alta ou baixa do dólar, Selic, queda da Bolsa? Nem pensem.
Voltaríamos ao tempo do escambo. A fumaça e fuligem provocadas pelas explosões impediriam a passagem do sol por anos: dois, três, até cinco.
As plantações minguariam. Colheitas seriam ralas e insuficientes.
As estradas estariam bloqueadas por veículos abandonados. Quem desejasse viajar o faria melhor por trilhas esquecidas no interior.
Aliás, nunca a expressão “fuja para as colinas!” seria tão adequada: dizem que as montanhas absorvem e atenuam os efeitos da radiação.
Profissões valorizadas? Artesãos que soubessem confeccionar armas e artefatos para arar a terra. Xamãs possuidores de conhecimentos sobre plantas medicinais. Tecelões. Agricultores. Caçadores.
Os governos como os conhecemos se extinguiriam, substituídos por feudos controlados por líderes que conseguiram acumular armamentos e munições. Homens e mulheres se juntariam a esses caudilhos em troca de proteção, oferecendo seus serviços.
Fora dessas regiões, a terra se transformaria em uma mistura de “The Walking Dead” com “Mad Max”, com pitadas de “A Última Esperança da Terra” e “O Livro de Eli”.
As chances maiores de sobrevivência estariam longe dos centros urbanos, evitando possíveis alvos militares. Quem tivesse se preparado para o cenário levaria vantagem. Até treinando o corpo. Aprendendo o manejo de instrumentos diversos, para caça e defesa de si e dos seus.
Eu poderia continuar pintando esse quadro dantesco por mais algumas horas, mas pretendo dormir à noite e ter bons sonhos…
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.