19 de abril de 2024
Colunistas Joseph Agamol

A Heresia da Beleza e a nova Religião dos Ressentidos

Imagem, a atriz da série “The Mandalorian” e ex-lutadora de MMA, Gina Carano, que está sendo “cancelada”,
em foto de Mike Rosenthal

Segundo o Priberam, “beleza” é:

1. Perfeição agradável à vista e que cativa o espírito; qualidade do que é belo.
2. Aquilo ou aquele que é belo, formoso.

Eu teria algumas considerações a acrescentar.

A Beleza causa rancor às ideologias revolucionárias. Todo revolucionário odeia tudo aquilo que é bonito, puro, perfeito, simétrico, preciso.

E por quê?

Em primeiro lugar, porque a Beleza é exceção, não a regra. Ela contraria o princípio básico de toda ideologia dita “progressista”, que é o igualar a todos por uma régua comum.

Obviamente, sendo a Beleza exceção, e não a regra, ela TEM que ser perseguida. Pois o igualitarismo almejado pelos revolucionários só pode ser alcançado nivelando tudo e todos por baixo. A Beleza é, portanto, símbolo de algo inatingível que deve ser desestimulado, senão destruído.

Em segundo lugar, e esse princípio complementa o primeiro, a Beleza, por sua característica de excepcionalidade, não pode ser distribuída, OUTORGADA por nenhum regime ou sistema autoritário revolucionário:

Ou a Beleza é um DOM, um presente, algo com que se nasce, fruto dos desígnios divinos ou da natureza, ou é produto de uma feroz e obstinada busca pessoal.

Ou seja, a Beleza, em última análise, está intrinsecamente associada à espiritualidade e ao individualismo, duas nêmesis dos revolucionários.

A Beleza, em todas as suas formas e manifestações, tornou-se, portanto, uma espécie de heresia – e não é por acaso que uso esse termo de origem ligada à religião.

As redes sociais foram tomadas por hordas de melindrados que encontram no mundo atual um campo fértil para disseminar seu ressentimento contra aquilo que não possuem – ou não podem ou não querem alcançar.

Paradoxalmente, a Beleza tornou-se, assim, uma espécie de bruxa, que deve ser perseguida – e eliminada – pelos novos inquisidores, fanáticos revolucionários, sacerdotes dessa verdadeira Religião do Ressentimento.
Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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