21 de março de 2025
Ilmar Penna Marinho

Quem paga a gastança?

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar que o surto da pandemia já não constitui uma emergência de importância internacional, as atividades econômicas, sociais e educacionais foram retomando, aos poucos, a sua normalidade cotidiana.

No Brasil, ao se confirmar a tendência de queda mundial das ocorrências graves e mortes, registrou-se também a redução da pressão sobre o Sistema Único de Saúde – SUS.

Com o ressurgimento do convívio social, o turismo interno ganhou força econômica com resultados positivos na arrecadação de vários Estados da Federação.

Também o turismo internacional se beneficiou com uma corrida global de turistas ávidos em conhecer novos horizontes e costumes de outros povos de como curtem a vida, pós pandemia.

O normal é que as despesas de passagens, hospedagem e diárias sejam pagas pelo viajante.

No Brasil, o bem nutrido cofre federal paga, sem reclamar, todas os gastos no exterior do Presidente, da sua digníssima esposa e da vasta comitiva de acompanhantes sanguessugas.

Já acumulou nos seus 3 mandatos 545 dias fora do país, um recorde internacional, que nos envergonha perante a comunidade mundial.

O privilegiado mandatário nos seus dois primeiros mandatos (2003-2010) realizou 139 viagens internacionais para 80 países em 5 continentes.

O Planalto defende as viagens ao exterior pela obrigatoriedade de o Presidente cumprir os inadiáveis compromissos diplomáticos com o objetivo de “restaurar a imagem do Brasil lá fora, que correu um risco de um golpe” em 8 de janeiro de 2023 com a frustrada tentativa do seu antecessor, qualificado publicamente de “covardão”.

O Palácio do Itamaraty reina como uma mera agência de turismo e um promoter dessas viagens presidenciais, que atingiram a gastança de R$ 65,9 milhões.

Omisso, na prioritária emergência da reconstrução do RS, o presidente triunfalista, um ex-atrás-das-grades, nunca inocentado, conduz o país à bancarrota, com um rombo nas contas públicas de R$ 230,5 bilhões, em 2023, e as estatais com o pior déficit registrado, desde 2017.

Nada justifica essa escandalosa queima do dinheiro público em viagens internacionais “oficiais-turísticas”, como passar o romântico “Dia dos Namorados” na bela Itália, num hotel 5 estrelas, cuja diária ultrapassa os RS 71.000…

Que Deus nos proteja das contas a pagar de um Brasil falido.

Ilmar Penna Marinho Jr

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

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