A famosa música “Don’t Cry for Me, Argentina”, cantada por Madona, foi sucesso mundial.
Antes das eleições de 2024, o chefe da nação venezuelana, Nicolas Maduro, num populoso comício, garantiu que o país “tem o melhor sistema eleitoral do mundo” e previu que ocorreria um “banho de sangue”, se fosse derrotado nas urnas.
No histórico encontro, em Brasília, em 2023, o presidente brasileiro congratulou o visitante venezuelano pelas futuras eleições. Repudiou, veementemente na mídia, as narrativas acusatórias contra a Venezuela de viver “sob um regime antidemocrático” e abominou “o embargo econômico dos EUA, pior do que uma guerra”.
Na “democracia relativa” venezuelana, as eleições aconteceram no domingo, 28 de julho de 2024.
Horas depois, sem nenhuma auditagem, a reeleição foi proclamada vitoriosa nas urnas.
O Itamaraty apressou-se em saudar “o caráter pacífico da jornada eleitoral na Venezuela”.
Tudo orquestrado para o PT e nosso mandatário saudarem o “reeleito” Presidente.
Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) está no poder desde 2013 e terá agora, com a reeleição, mais um mandato de 6 anos.
Atualmente, a economia do país enfrenta uma forte recessão com o aumento do desemprego e da inflação, com uma galopante gastança oficial e uma corrupção desenfreada.
O mais grave é o aumento dos índices de pobreza, gerando uma crise humanitária, pois parte considerável da população enfrenta a falta de alimentos, forçando-a a se refugiar em países vizinhos, notadamente, o Brasil.
Nosso presidente, vergonhosamente, sustenta a vitória da ditadura venezuelana, repudiada comunidade internacional dos países democráticos.
Não chore por mim, Venezuela, com o povo nas ruas contra a fraudulenta reeleição e a violenta ditadura, reprimindo o povo e os adversários num desumano banho de sangue.
Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.