16 de setembro de 2024
Carlos Eduardo Leão

Valeu, Silvio!

O Brasil pranteia a passagem do seu máximo comunicador

Eis o cenário: Perfil @mariofriasoficial no Instagram.

10:55 de 17/08/2024 na @VEJA: “De Bolsonaro a Lula: Silvio Santos agradava presidentes como ninguém”.

11:06 de 17/08/2024 na @VEJA: “A ideologia política de Silvio Santos: beija-mão de militares a Bolsonaro”.

Yes, nós temos bananas!

E como!

Bananas pra dar e vender! Aliás, muito mais pra dar do que pra vender! Refiro-me não apenas à revista citada mas à velha mídia brasileira, o maior bananal da Terra que, financeiramente, anda cada vez pior dos seus troncos apodrecidos e carcomidos por fungos impiedosos.

É uma dispensa profissional atrás da outra, principalmente pelo descompromisso com a verdade que torna o infeliz desempregado num mero fantoche desacreditado e para sempre estigmatizado por ter se submetido aos ensandecidos devaneios de seus superiores.

O brasileiro tem a mania de endeusar quase todo mundo que morre. Principalmente pessoas de quem nunca ouvimos falar mas que tiveram qualquer viés político de esquerda, defenderam publicamente as benesses de leis esdrúxulas como, p.ex., a Rouanet ou causas religiosas sejam cristãs ou judaicas.

Endeusam também aqueles que foram a favor de históricos facínoras políticos e que os tinham orgulhosamente estampados em suas ensebadas camisetas, ou ainda aqueles que se envolveram no manto hipócrita na defesa dos desvalidos pela sorte, na realidade vagabundos que mamaram desde sempre e vorazmente nas tetas já murchas da pátria.

E ainda tem aqueles “chicomendes” da vida que rodaram a baiana por que derrubaram um pé de jasmim na Amazônia e tantos outros “heróis” de mesma origem genética que se encaixam em perfeitos “mártires” ou se candidatam irreversivelmente a eles num futuro sombrio.

Nada nessa vida, nem mesmo a mais profunda divergência ideológica que possa ter havido, apagará a admiração de todos e, até mesmo, de “todes” por Sílvio Santos. O Brasil perde um máximo brasileiro e pranteia a passagem do grande artista, animador, diretor, ensaísta e incomparável comunicador que marcou indelevelmente a vida de gerações de brasileiros.

Veja bem! A Veja é a quintessência do asco! E saber que por anos a fio esperávamos ansiosos pelas sextas-feiras para a sua triunfal chegada em nossa casa! Fazíamos, eu e Thaïs, um inesquecível “par-ou-impar” para quem leria primeiro o consagrado folhetim. Quem imaginaria que essa sadia brincadeira poderia um dia macular nossa biografia e nos encher de vergonha?

O Brasil está em luto, seu pasquim de quinta categoria! Morreu um dos poucos homens decentes que ainda existem na TV brasileira. O post é um acinte à decência e à dignidade.

Sílvio não foi apenas o maior animador brasileiro de todos os tempos. Silvio foi um homem raro, pragmático, vanguardista, desses que nascem a cada século como Pitanguy, Tom, Vinicius, Jô, Drummond, Pelé, todos insubstituíveis. Desses que lutam um dia, um ano, muitos anos, a vida toda e por isso são imprescindíveis na visão genial de Brecht

Silvio Santos manteve a honradez até o seu ultimo suspiro. Não quis velório. Não quis que a sua honrada imagem fosse explorada. Apenas dividiu com Nelson Rodrigues e Jô Soares a glória de ter sido o mais ilustre torcedor do Fluminense.

No Juízo Final ele está nesse momento diante do Criador parafraseando Jô Soares e dizendo que “a morte é uma pena, um pecado!”

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

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