Nesta semana, quem acompanhou os noticiários viu que, além do carro da pamonha, do sorvete e do biscoito, o carro do golpe também está circulando nas ruas. Criminosos com um trajeto bem definido têm atuado em bairros nobres de São Paulo, como Jardins (no Centro), Itaim Bibi (na Zona Sul), Pinheiros (Zona Oeste) e Tatuapé (Zona Leste). Eles estão a bordo de um Jeep Renegade, equipado com um laptop e uma antena.
A quadrilha opera de maneira organizada. Ao se aproximar cerca de 5 metros de outros veículos parados, a antena no porta-malas do carro rastreia os celulares próximos. A partir daí, um computador localizado no banco de trás do carro dispara mensagens em massa para os telefones rastreados.
Essas mensagens, enviadas por SMS, imitam comunicações de bancos nacionais conhecidos e informam que os clientes precisam acessar um link para resgatar um suposto dinheiro. Ao clicar no link fornecido, as vítimas são redirecionadas para uma página falsa que simula o site do banco.
Na página falsa, os criminosos solicitam que a pessoa responda a algumas perguntas e digite sua senha para confirmar a transação. Nesse momento, o golpe é efetivado. Minutos após a confirmação das informações pelas vítimas, todo o dinheiro presente na conta bancária é retirado pelos fraudadores.
A combinação de tecnologia avançada e engenharia social utilizada pela quadrilha permite a realização de um golpe eficaz e devastador para as vítimas, que só percebem a fraude quando já é tarde demais. Este caso ilustra a sofisticação e a ousadia das quadrilhas especializadas em fraudes tecnológicas. A utilização de tecnologia avançada, aliada a técnicas de engenharia social, torna essencial a conscientização e a prevenção por parte dos cidadãos para evitar cair em golpes semelhantes. É fundamental que os usuários de serviços bancários estejam sempre atentos às comunicações recebidas e desconfiem de solicitações incomuns que envolvam acesso a links e fornecimento de informações pessoais. Ficar alerta e bem informado pode fazer toda a diferença na proteção contra fraudes.
Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras.
