24 de abril de 2024
Colunistas Marco Angeli

Fundo dos Trouxas aprovado: 2 bilhões no lixo

Congresso condena povo brasileiro a pagar campanha de político.

Ontem, no final da noite e no final do ano, o Congresso conseguiu emplacar a esdrúxula quantia de 2 bilhões para o fundo eleitoral a ser usado em 2020.

A pretensão inicial da politicalha mais assanhada era de 3,8 bilhões do povo destinados a massacrar a população especialmente na tv, com as toneladas de lixo produzidas para nada que conhecemos tão bem.

O besteirol e as promessas que jamais serão cumpridas -por praxe- da corja de Brasília é apenas o lado folclórico da coisa.

O site Poder 360 publicou, em setembro, uma inacreditável estimativa: no primeiro semestre de 2020 haverá mais de 19 mil comerciais de 30 segundos veiculados no chamado horário nobre e nos 7 dias da semana.

Sem folga, portanto, para o pobre espectador que ainda é vítima da caixinha luminosa.

E as rádios não ficam atrás, está tudo dominado.

Uma mudança surpreendente, entretanto: no dia 3 de dezembro o Congresso manteve, para surpresa de muitos, o veto do presidente Bolsonaro quanto à propaganda gratuita na tv e rádio.

Que de gratuita não tinha nada: as emissoras e rádios eram recompensadas regiamente pelo governo -seguindo um cálculo nebuloso que ninguém jamais conseguiu explicar ou entender- sempre com dinheiro do povo.

Bolsonaro vetou a maracutaia, e o veto foi mantido.

Isso, naturalmente, não vai impedir a farra dos ilustres, que usarão a grana, mais fundo partidário para a jacobice que vemos impotentes acontecer em todo ano de eleições: partidos nanicos vendendo espaço, notas frias de fornecedores fantasmas, superfaturamento de tudo o que é possível, até de pastel que candidato vai comer em feira pública, candidatos laranja e outras mágicas dos larápios.

A diferença é que agora a impostura da politicalha nas telinhas e nas rádios será bancada pelos tais fundos -um deles aprovado hoje.

Grana, lembrem-se, que sai do bolso do povaréu suado de tanto trabalhar e pagar imposto.

O recuo de deputados e senadores não foi gratuito -eles não fazem nada de graça- e sim uma reação à ameaça do presidente, que afirmou que se passasse de 2 bi ia dar ruim.

E às redes sociais, que claramente manifestaram sua revolta diante do tamanho esculacho que seria a aprovação de 3,8 bilhões.

Portanto, preparem-se.

No ano que vem, o deprimente espetáculo que são as campanhas eleitorais nas telinhas estarão a todo vapor, de uma forma ou de outra.

E veremos o Zé cueca e Clark Kent de novo embromando e mentindo pra conseguir cargo.

Fauna e flora da politicalha: tem de tudo

Que Deus tenha piedade deste país.

Não há nação que mereça um destino desses, um teatro desses.

E pagando caro pelo ingresso.

Muito caro.

Que sejam testemunhas os que, por exemplo, ficarão sem atendimento médico por falta de grana nos postos de saúde.

E que aprendam a não votar mais nesses embusteiros.

Fonte: www.marcoangeli.com.br

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