Congresso condena povo brasileiro a pagar campanha de político.
Ontem, no final da noite e no final do ano, o Congresso conseguiu emplacar a esdrúxula quantia de 2 bilhões para o fundo eleitoral a ser usado em 2020.
A pretensão inicial da politicalha mais assanhada era de 3,8 bilhões do povo destinados a massacrar a população especialmente na tv, com as toneladas de lixo produzidas para nada que conhecemos tão bem.
O besteirol e as promessas que jamais serão cumpridas -por praxe- da corja de Brasília é apenas o lado folclórico da coisa.
O site Poder 360 publicou, em setembro, uma inacreditável estimativa: no primeiro semestre de 2020 haverá mais de 19 mil comerciais de 30 segundos veiculados no chamado horário nobre e nos 7 dias da semana.
Sem folga, portanto, para o pobre espectador que ainda é vítima da caixinha luminosa.
E as rádios não ficam atrás, está tudo dominado.
Uma mudança surpreendente, entretanto: no dia 3 de dezembro o Congresso manteve, para surpresa de muitos, o veto do presidente Bolsonaro quanto à propaganda gratuita na tv e rádio.
Que de gratuita não tinha nada: as emissoras e rádios eram recompensadas regiamente pelo governo -seguindo um cálculo nebuloso que ninguém jamais conseguiu explicar ou entender- sempre com dinheiro do povo.
Bolsonaro vetou a maracutaia, e o veto foi mantido.
Isso, naturalmente, não vai impedir a farra dos ilustres, que usarão a grana, mais fundo partidário para a jacobice que vemos impotentes acontecer em todo ano de eleições: partidos nanicos vendendo espaço, notas frias de fornecedores fantasmas, superfaturamento de tudo o que é possível, até de pastel que candidato vai comer em feira pública, candidatos laranja e outras mágicas dos larápios.
A diferença é que agora a impostura da politicalha nas telinhas e nas rádios será bancada pelos tais fundos -um deles aprovado hoje.
Grana, lembrem-se, que sai do bolso do povaréu suado de tanto trabalhar e pagar imposto.
O recuo de deputados e senadores não foi gratuito -eles não fazem nada de graça- e sim uma reação à ameaça do presidente, que afirmou que se passasse de 2 bi ia dar ruim.
E às redes sociais, que claramente manifestaram sua revolta diante do tamanho esculacho que seria a aprovação de 3,8 bilhões.
Portanto, preparem-se.
No ano que vem, o deprimente espetáculo que são as campanhas eleitorais nas telinhas estarão a todo vapor, de uma forma ou de outra.
E veremos o Zé cueca e Clark Kent de novo embromando e mentindo pra conseguir cargo.
Fauna e flora da politicalha: tem de tudo
Que Deus tenha piedade deste país.
Não há nação que mereça um destino desses, um teatro desses.
E pagando caro pelo ingresso.
Muito caro.
Que sejam testemunhas os que, por exemplo, ficarão sem atendimento médico por falta de grana nos postos de saúde.
E que aprendam a não votar mais nesses embusteiros.
Fonte: www.marcoangeli.com.br