25 de abril de 2024
Colunistas Marco Angeli

‘Eu resolvi fazer e acabou’

Deputado confessa ter falsificado duas assinaturas no ofício que gerou a proposta do Fundão.

Qualquer um de nós, se assinar um cheque de dez reais falsificando a assinatura de outra pessoa vai responder a processo criminal.

Isso é óbvio para qualquer criança.

Mas não é nada óbvio para determinados políticos.

Denunciado esta noite (5) -com exclusividade em matéria do Antagonista- pela falsificação de duas assinaturas no documento que serviu de base para pedir a ampliação do Fundão eleitoral, Wellington Roberto, líder do PL na Câmara assumiu a façanha brava e desaforadamente:

(…) Assinei e assinaria de novo, se preciso. Eu resolvi fazer e acabou.’

Declarou ainda o gajo que ‘assinou ‘como representante’ do partido mas confessou não ter ‘nenhuma procuração’.

Nem poderia.

Uma das assinaturas que fraudou é do senador Jorginho Mello, que é reconhecidamente contra o aumento do Fundão desde sempre.

E é presidente do partido de Wellington.

Mello, surpreso ao ver seu nome no ofício enviado ao relator, Domingos Neto, pensa em processar judicialmente o fraudador.

O presidente da legenda, José Tadeu Candelária, também teve sua assinatura fraudada por Wellington, que se declara inocente como um recém-nascido.

Apesar da clara inversão de qualquer valor de ordem moral e lógica -falsificar assinatura é crime até em tribo da África- o deputado abusado ainda se acha com razão num caso que envolve a cifra de 1,8 bilhões.

Não é um cheque de dez reais.

As duas assinaturas falsificadas no ofício.

Definir o deputado não é lá muito difícil.

Em abril de 2014, quando ainda estava no PR, Wellington Roberto foi um dos 20 deputados que assinou um manifesto pedindo a volta de luladasilva para disputar a presidência no lugar do poste Dilma.

Lula, como já se sabe, desistiu da candidatura, pressionado pelo monstrengo que ele mesmo havia criado.

Resta saber como vai evoluir agora essa proposta suja de aumento do Fundão, agora mais emporcalhada com essa fraude.

E qual será o destino do deputado falsificador.

Fosse um cidadão comum -ou um estelionatário comum- seria processado, condenado e preso como réu confesso.

Como faz parte do seleto grupo dos impunes, a politicalha, não se sabe.

Tudo é possível na ilha da fantasia que é Brasília.

Fonte: O Antagonista

Fonte para O Boletim: www.marcoangeli.com.br

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