25 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

“Nosso Comandante Martirizado”

Ahmad Massoud, filho de Ahmad Shah Massoud, herói da resistência antissoviética na década de 1980, ‘promete’ reagir ao Taliban. Até hoje os seguidores do famoso líder o chamam de Amer Sahib e Shaheed: “Nosso Comandante Martirizado”.

Só ‘turistas’ geopolíticos (entretenimento pós-moderno em voga no Ocidente) se metem a falar em regime Taliban moderado. As contendas internas entre grupos talibans ,somado às velhas disputas nas fronteiras do Paquistão (Linha Durand), revelam que a região pousa sobre um barril de pólvora a céu aberto. Haja ‘moderação’ para encarar os próximos desafios.

Só pra lembrar, Ahmad Shah Massoud,foi Ministro da Defesa do Afeganistão em 1992 no governo do presidente Burhanuddin Rabbani. Com o colapso do governo e a ascensão do regime dos Talibans, Massoud firmou-se como o líder militar da Frente da União Islâmica para a Salvação do Afeganistão, a Aliança do Norte.

Nessa ocasião fez firme oposição ao crescente poder dos Talibans. Sua atitude foi bem acolhida no Ocidente, tendo em vista que Massoud era uma figura importante, com poder e prestígio para enfrentar os fundamentalistas muçulmanos. Em abril de 2001, ele foi à Europa, pedir aos governos do Ocidente que pressionassem o Paquistão a fim de cessar o apoio do país aos Talibans. Na oportunidade solicitou ajuda humanitária ao seu país. Foram suas posições voltadas para distensão e flexibilização ante ao fundamentalismo islâmico que levaram a Al Qaeda e determinar seu assassinato.

Em 9 de setembro de 2001, dois dias antes dos ataques de 11 de setembro, dois homens bomba, travestidos de jornalistas, detonaram uma bomba armada dentro da câmera de vídeo. No ano seguinte o presidente afegão Hamid Karzai, o condecorou postumamente como “Herói Nacional”.

Se em 2001, havia aliança tática entre o Paquistão e o Taliban, hoje, a coisa é diferente.

As escaramuças entre o Afeganistão e o Paquistão acontecem desde 1949, ao longo da fronteira, na Linha Durand, entre as forças militares do Paquistão e as forças paramilitares e as Forças Nacionais de Segurança do Afeganistão.

Wiki: ‘A mais recente hostilidade começou em meados de 2003, em torno da província de Khost, no Afeganistão[1] e continuou até 2013, depois que uma dúzia de mísseis teriam sido disparados do Paquistão, que matou uma mulher afegã e feriu várias outras na província de Kunar no Afeganistão. [2]Os bombardeios transfronteiriços se intensificaram em 2011 e 2012 com muitos relatórios de diferentes ocasiões, alegando que mísseis paquistaneses atingiram áreas civis dentro do Afeganistão na província de Nuristan, província de Kunar e na província de Nangarhar. A maior parte destes estão relacionados com os ataques de drones dos Estados Unidos no Paquistão do lado afegão, a insurgência taliban e o fato de que a fronteira nunca foi devidamente marcada.

Internamente, falar em moderação Taliban é assunto para ‘turistas geopolíticos’ que boiam nas águas da Praia da Maré e tomam cerveja produzida no Morro do Alemão, sem nunca ter pisado nesses territórios em conflito.

Quero ver é o Taliban dar voz e liberar as mulheres, os homossexuais e minorias religiosas das garras da opressão fundamentalista.

O filho, Ahmad Massoud e fieis seguidores do “Herói Nacional” não caem nessa lorota.

Eles atribuem ao conluio do Taliban com a Al Qaeda, o assassinato do líder e já declararam guerra contra o ‘novo’ governo.

O Boletim

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