Machado de Assis.
Hoje, surfando no feed do Facebook, dei de cara com essa sábia ‘sentença filosófica’, a primeira que despertou meus neurônios juvenis ao ler Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Desde então, esta sentença se infiltrou na minha mente e , vez por outra, quando sonhava alto demais,ela se esgueirava pelos becos da minha consciência e eu ria de mim mesmo.
Obrigado, Fred Coutinho, por comnpartilhá-la hoje.🙂
Creio que basta uma ‘chave’ para despertar um monte de sensações que me levam a transitar nas quatro estações da minha existência, agora, de corpo presente.
Na transição da minha juventude para a vida adulta, fui levado pelo calor das disputas e batalhas.
Nesse período transacional, a alta temperatura dos embates externos se mescla e confunde com a ebulição hormonal e, a testosterona superaquecida, impulsiona a mente e o corpo a explorar os desejos mais ousados – até em sonhos – em busca do êxtase.
É uma transição muito arriscada. Muitos tombam pelo caminho. Mas eu sobrevivi para adentrar a primavera de esperanças e transformação que abre as portas para um verão escaldante, e como!
Imerso no suor de paixões tórridas e alegrias extenuantes, é nesse tempo que, destemidos, nos aventuramos a confrontar a intensidade da luz solar que desenha linhas perfeitas que demarcam com nitidez absurda a fronteira entre a sombra e a luz. Tudo pode acontecer e, acontece.
Tudo, menos o interesse em abrir o deposito de ‘achados e perdidos’ para impor limites e o bom senso, contabilizando perdas e ganhos e estocando víveres para enfrentar o futuro imprevisível.
Que bom senso que nada. Primavera e verão não são estações propicias à contabilidade existencial.
Deixa isso pra depois. Siga em frente!
Hoje, olhando a distância, me pergunto; como sobrevivi a tantos embates difíceis e arriscados?
Só sei que caí de muitas nuvens mas não me esborrachei no chão, caindo de um terceiro andar.
Como? Não sei ainda!
Isso é uma dádiva da existência destinada a quem vive muito e deseja viver mais.
Só na maturidade, rumo à velhice, que tomei muito gosto pelo outono e o inverno.
Hoje, as aprecio como as estações propícias ao balanço eexistencial,descontaminado dos arroubos das paixões,seja por gente,coisas ou causas.
Outono e inverno são estações propicias à serenidade, à dedicação esmerada nas coisas da vida que realmente importam, enchendo de sentido as lacunas deixadas por experiências ousadas, desejos incontidos e impulsos desprovidos de razão que desabrocham e florescem na primavera e verão das nossas vidas.