18 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

A velha da fórmula da informação seletiva

A modelagem da opinião pública investe na formação do senso comum aplicando a velha da formula da informação seleltiva. Porém, em ‘casos especiais’ até a desinformação seletiva é usada visando obter hegemonia sobre pontos de vista divergentes.

É isso que está acontecendo agora.

Usa-se de uma desinformação seletiva para influenciar o senso comum de que o debate sobre a urna de primeira geração – usada pelo TSE – é uma estratégia do presidente no poder. Isso é falso.

Muito antes do atual governo já haviam manifestações para a substituição das urnas de primeira geração por um sistema atualizado e mais seguro que garantisse maior transparência para o sistema eleitoral brasileiro. O que aconteceu racionalmente em 40 países, que usam urnas eletrônicas de terceira geração, com recursos do voto impresso, no Brasil, se tornou um debate sentimentalista partidário, pelo fato do presidente ter abraçado uma causa que vem de longe, não é uma invencionice dele.

Muitos críticos contra a suspeita recusa sistemática em questionar os contratos com os fabricantes das urnas brasileiras, acham que o posicionamento do Bolsonaro tumultuou uma já bastante complicada que envolve muitos interesses e grana a rodo.

É claro, que esse ‘detalhe’ em um país onde a corrupção é sistêmica, se tornou o epicentro de uma lavra de textos supostamente técnicos ‘garantistas’ sobre a segurança de uma velha urna e um sistema de apuração opaco e inseguro, cuja a principal qualidade é sua maior contradição: fornece o resultado eleitoral em menos de 24 horas.

A urna de primeira geração ‘aditivada’ pelos gênios da informática brasileira, se converteu em pura magia – uma espécie de Arca da Esperança, imune a invasões e fraudes.

Não me surpreenderia se os aficionados pelo sistema eleitoral brasileiro a considerassem um produto de exportação de tecnologia de ponta para países mais atrasados(sic) e que demoram muito parta apurar votações.

Além disso, é curioso que os aficionados por essa tecnologia ‘ímpar e genial’ exclusivamente brasileira, desprezem um dos fatos mais relevantes no contexto eleitoral que é a soma de uma urna velha com um ‘entulho’ chamado voto proporcional nos pleitos para deputados federais, deputados estaduais/distritais e vereadores.

Enquanto que o voto majoritário é adotado nos pleitos para presidentes, governadores, senadores e prefeitos, e seus respectivos vices. O que torna tudo mais emblemático ainda é que os aficionados pela urna de primeira geração, convergem sequer pensam – sentimentalmente contra a proposta da reforma eleitoral que rola há um tempão na Câmara dos Deputados.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC)do Distritão, que precisa ser aprovada duas vezes na Câmara, com 2/3 dos deputados a favor, antes de seguir para o Senado, enterrará o entulho do voto proporcional que, junto e misturado com as urnas de primeira geração, criam um cenário arcaico onde brilham senadores eleitos por oito anos,alguns quase vitalícios e deputados que são ‘magicamente’ ungidos ao poder pelas benesses do voto proporcional em cascata.

Pacheco, que preside o Senado,já disse que o Distritão não passará.

No Brasil, não há motivos para nostalgia do passado. Vive-se nele!

O Boletim

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