29 de abril de 2024
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“Boa sorte, Mister Gorsky!”

Esta é uma história verídica.

No dia 20 de julho de 1969, Neil Armstrong, comandante do módulo lunar Apolo 11, foi o primeiro homem a pisar na Lua.

Naquele momento, Neil disse: “Este é um pequeno passo para o ser humano, mas um salto gigantesco para a humanidade”.

Estas palavras foram transmitidas para a Terra e ouvidas por milhares de pessoas.

Mas, antes de voltar à nave, Armstrong fez um comentário enigmático: “Boa sorte, Sr. Gorsky”.

Muita gente na NASA pensou que fosse um comentário irônico sobre algum astronauta soviético. No entanto, depois verificaram que não havia nenhum Gorsky no programa espacial.

Através dos anos, muita gente perguntou-lhe sobre o significado daquela frase, e ele sempre respondia com um sorriso.

Em 5 de julho de 1995, Armstrong se encontrava na Baía de Tampa, respondendo perguntas depois de uma conferência, quando um repórter lembrou-lhe sobre a frase que ele havia pronunciado 26 anos atrás. Desta vez, finalmente, Armstrong aceitou responder. O Sr. Gorsky havia morrido e agora Armstrong sentia que podia esclarecer a dúvida.

É o seguinte: Em 1938, sendo ainda criança em uma pequena cidade do meio oeste americano, Neil estava jogando beisebol com um amigo no pátio da sua casa. A bola voou longe e foi parar no jardim ao lado, perto de uma janela da casa vizinha. Seus vizinhos eram a senhora e o senhor Gorsky. Quando Neil agachou-se para pegar a bola, escutou que a Sra. Gorsky gritava para o Sr. Gorsky:

“O quê? Sexo anal? Você quer sexo anal? Sabe quando você vai comer a minha bunda? Só no dia em que o homem caminhar na Lua!”

Por isso, o astronauta Armstrong mandou o recado direto da Lua: “Boa sorte, Sr. Gorsky”.

Não. Esta não é uma história verídica, é ótima, mas falsa como algumas mulheres e o Lula.

Neil Armstrong disse que nunca disse isso…

Foi Bertrand Poirot-Delpech que, em janeiro de 1996, escreveu esta suculenta e dolorida história em sua coluna semanal no jornal francês “Le Monde”.

Mas quero usar a história. Quero desejar boa sorte a todos os marcianos, a muitos amigos e amigas que vivem no mundo da lua; no bom e velho mundo chamado Europa.

Eles têm a estranha mania de morar fora e elogiar o Brasil. Inclusive a política. Inclusive os avanços sociais do PT, como se fossem verdade.

Ora bolas, se o Brasil está tão bem por que foram morar fora e continuam lá?

Gozam de todas as benesses e vantagens de morar “no clichê do primeiro mundo”, onde tudo funciona e ficam elogiando o Brasil dos escândalos, dos absurdos e do serviço mal feito e prestado.

Quando morei lá, cunhei uma frase ou a tomei para mim, ao reclamar de alguma coisa: “Tá foda! Ainda assim é melhor sofrer em Paris, que no Brasil”.

Dizem que quando a gente está longe, vê, enxerga, entende melhor o Brasil.

Se já concordei com isso, hoje há controvérsias.

Se você aproveita o metrô, a vida cultural, a modernidade, a educação, saúde, segurança, os museus, exposições, cinema e a lista infindável de outras coisas boas da vida; bastaria lembrar como o Brasil, até hoje, é deficiente nisso tudo. E lamentar, em vez de elogiar. O Brasil é muito deficiente, principalmente no que é fundamental.

Agora morar no bem-bom – muito longe da Dilma e sua turma de pilantras e bandidos – e ficar elogiando Bolsa Família, Inclusão social e outras histórias pra boi dormir; é outra coisa, aí não!

Nem notícia do Brasil chega inteira na Europa.

Só quem vive o dia a dia aqui sabe o que é viver aqui.

Posso estar enganado, visto que Aécio esmagou Dilma, entre os brasileiros que moram no exterior. Ou então, preciso repensar e repaginar meus amigos.

PS: pra falar a verdade, quem precisa ganhar um desejo de Boa Sorte, por sobreviver no Brasil, sou eu…

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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