Imagem, a atriz da série “The Mandalorian” e ex-lutadora de MMA, Gina Carano, que está sendo “cancelada”,
em foto de Mike Rosenthal
Segundo o Priberam, “beleza” é:
1. Perfeição agradável à vista e que cativa o espírito; qualidade do que é belo.
2. Aquilo ou aquele que é belo, formoso.
Eu teria algumas considerações a acrescentar.
A Beleza causa rancor às ideologias revolucionárias. Todo revolucionário odeia tudo aquilo que é bonito, puro, perfeito, simétrico, preciso.
E por quê?
Em primeiro lugar, porque a Beleza é exceção, não a regra. Ela contraria o princípio básico de toda ideologia dita “progressista”, que é o igualar a todos por uma régua comum.
Obviamente, sendo a Beleza exceção, e não a regra, ela TEM que ser perseguida. Pois o igualitarismo almejado pelos revolucionários só pode ser alcançado nivelando tudo e todos por baixo. A Beleza é, portanto, símbolo de algo inatingível que deve ser desestimulado, senão destruído.
Em segundo lugar, e esse princípio complementa o primeiro, a Beleza, por sua característica de excepcionalidade, não pode ser distribuída, OUTORGADA por nenhum regime ou sistema autoritário revolucionário:
Ou a Beleza é um DOM, um presente, algo com que se nasce, fruto dos desígnios divinos ou da natureza, ou é produto de uma feroz e obstinada busca pessoal.
Ou seja, a Beleza, em última análise, está intrinsecamente associada à espiritualidade e ao individualismo, duas nêmesis dos revolucionários.
A Beleza, em todas as suas formas e manifestações, tornou-se, portanto, uma espécie de heresia – e não é por acaso que uso esse termo de origem ligada à religião.
As redes sociais foram tomadas por hordas de melindrados que encontram no mundo atual um campo fértil para disseminar seu ressentimento contra aquilo que não possuem – ou não podem ou não querem alcançar.
Paradoxalmente, a Beleza tornou-se, assim, uma espécie de bruxa, que deve ser perseguida – e eliminada – pelos novos inquisidores, fanáticos revolucionários, sacerdotes dessa verdadeira Religião do Ressentimento.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.