28 de março de 2024
Walter Navarro

Como era Verdevaldo o meu Vale


Sempre gostei do nome Glenn. Lembrava-me romanticamente Glenn Miller (1904-1994), Glenn Miller and His Orchestra: “In the Mood”, “Moonlight Serenade”, as músicas “mela-cueca” dos anos 40.
Lembrava-me também o impressionante pianista canadense, Glenn Gould (1932-1982). E, bem mais recentemente, a impecável atriz Glenn Close, de “Ligações Perigosas” (1988), um de meus filmes favoritos, preferidos e prediletos.
Glenn Seaborg (1912-1999) não é o Cyborg, “O Homem de Seis Milhões de Dólares”. É o químico de seis milhões de plutônio…
E tem também o Glenn, um dos principais personagens da série “The Walking Dead”.
Adoro “Glen (com um “n” só) ou Glenda” (1953), o primeiro filme transgênero do mundo, do “pior cineasta do mundo”, Ed Wood.
O Glenn Hughes do Deep Purple…
Greenwald também é um sobrenome interessante.
Lembra-me a deliciosa e suculenta Eva Green…
John Green, autor de “A Culpa é das Estrelas”…
“Soylent Green” (1973) é um dos mais interessantes e apavorantes filmes de ficção científica; delicada forma de ser canibal. Canibal vegano…, digamos.
“Green Book”, ganhador do Oscar 2019 de melhor filme.
“Green Card” sonho de consumo de 10 mexicanos entre nove brasileiros.
O Greenpeace singrando o “blue” de oceanos nada pacíficos.
Já Wald, para mim, era coisa de Oswald de Andrade (1890-1954); o moderno de 1922, o autor de outra forma de canibalismo, o “Manifesto Antropófago” (1928).
Wald, também para mim, era o Lee Harvey Oswald (1939-1963), suposto assassino do presidente John Kennedy (1917-1963). Peguei vocês! Quem deu o tiro em Kennedy não foi o Bolsonaro, como andam dizendo. Nem o Adélio…
Aí, para foder minha poesia, surge a mistura de todos, Glenn Greenwald que, apesar do nome bonito; cheio de conexões e intercepções é mais feio que encoxar a mãe no tanque.
Aí, vem o Brasileiro e bota até o talo: Verdevaldo, kkkkkkkkkkkk
É muito escracho. É isso o que amo no Brasil. A gente está na maior merda nunca antes sentida na História deste País, mas o bom humor continua.
E para melhorar, para combater o verde “green”, todas as cores do arco-íris do “Pavão Mysteriozo”, de Ednardo.
Quanta ironia no nome Gleen Greenwald!
Verdevaldo caiu mais que o avião do Glenn Miller. O cara é mais doido que o Glenn Gould. Suas ligações são mais perigosas que as da Gleen Close com o John Malkovich.
O caldeirão do Verdevaldo é mais chato que o do Luciano Huck. Mas bem menos mágico e engraçado que o do Obélix. É caldeirão de canibal. Caldeirão de Cazuza: “Canibais de nós mesmos, antes que a terra nos coma”.
No caldeirão do Verdevaldo tem todo tipo de antropofagia. Tem a do Oswald de Andrade, com o Macunaíma de Mário de Andrade. É o herói sem nenhum caráter. O Palhares, o Bezerra, o Canalha de Nelson Rodrigues.
No caldeirão antropófago do Verdevaldo, em Araraquara, tem plutônio, kriptonita paraguaia contra o Super BolsoMoro e a Kryptônia, do paraibano Zé Ramalho, primo daquele canhão atômico e biônico, a Elba Ramalho. “Walking Dead Purple”!
A culpa é minha eu boto em quem eu quiser?
Então, a culpa do John Green é das estrelas e a do Verdevaldo é da estrela vermelha!
Sinal e cartão vermelhos para o “Greenvaldo”.
O tiro do Lee Oswald foi no Kennedy. O tiro do Greenwald foi no pé.
Que prejuízo para o verde do Meio Ambiente.
PS: Ainda bem que, segundo Yuri Gagarin, a Terra continua azul. E segundo Neil Armstrong, nosso verde jamais será vermelho. Os homens são de Marte. Vai pra lá, Verdevaldo!
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Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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