19 de março de 2024
Editorial

Superintendência Nacional de Palpites Infelizes

Imagem: Arquivo Google – PT

O sutil e mais importante toque dado por Bolsonaro ao divulgar a liberação da posse de arma foi mostrar a caneta e dizer que “estava usando aquela arma”. Sim, claro, demagogia pura, mas esta sim, é a arma mais letal que existe na mão de políticos, juízes, ministros do Supremo, entre outros que assinam sentenças, projetos e ordens que irão impactar a vida dos cidadãos.
Gostaria que o ministro Onyx Lorenzoni explicasse para a população como podemos utilizar uma arma para cozinhar, já que o mesmo comparou
um acidente com liquidificador a outro com tiro. Já há vários memes com o pobre do liquidificador usado como arma no lugar da pistola ou do revólver…
Se observarmos bem, não se trata só da liberação e sim da legalização das armas que já existem em mãos pessoas direitas. Milhões de cidadãos  brasileiros deixarão de estar ilegais. Quem não conhece parentes e amigos que possuem arma sem estar legalizada?
Outra comparação estranha: o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, comparou a posse de arma de fogo à de um carro: “Se formos considerar o número de vítimas, vamos proibir o pessoal de dirigir”. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, fez outra brilhante comparação, com o liquidificador. Por equidade, ambas as afirmações merecem igual relevância no acervo da SPI (Superintendência de Palpites Infelizes).
Atribuo essa gritaria contra a posse de armas ao provável fato de que, a partir de agora, os invasores de terra serão recebidos, justamente, à bala pelos fazendeiros. Esse pessoal do MST ou MTST parece não saber que reagir a invasão de território é um comportamento inerente a todas as escalas de animais, desde cobaias no laboratório. Isso vale também para o ser humano.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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