18 de abril de 2024
Editorial

O vale-tudo do poder

Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
Arquivo Google – origem www.liberdade.com.br

Traições, vinganças, hipocrisias. Já vimos quase tudo em política. Mas há algo de inovador na forma como um grupo de deputados da base aliada se comportou nesta semana, quando representantes do governo tentavam, nervosamente, alcançar quorum para a votação da denúncia contra o presidente.
A chantagem estava explícita. Como a oposição não tinha membros em número suficiente para que fosse iniciada a sessão, e o governo tinha pressa, aquele grupo se ausentou do plenário com objetivo explícito: conseguir mais vantagens do governo. Fatos como esse causam mais vergonha do a que já sentimos.
Com tudo isso, a votação de quarta-feira deixou claro que o presidente Temer não tem o apoio de 50% dos deputados. Desgastado pelas duas denúncias do Ministério Público, e sem dinheiro para conquistar novos apoios, Temer terá dificuldades em aprovar o texto original das reformas da Previdência, Política e Fiscal, estas sim, de interesse direto do povo. Os brasileiros continuam perplexos diante de tanta impunidade e de tantos erros cometidos pelos seus desorientados governantes.
Nada mais representativo, coerente e significativo na votação sobre as denúncias contra Temer na Câmara, que começar com o voto de Paulo Maluf. Afinal, é, dentre todos os deputados corruptos, o mais longevo, o mais experiente e representante máximo da corrupção e da impunidade política no Brasil. Condenado e proibido de deixar o Brasil para não ser preso, Maluf prega cinicamente a moralidade, a ética e a honestidade.
Quando um STF e um TSE se vergam e entregam o país a um governo de comprados, vendidos e à triste sensação do “vale-tudo” pelo poder, a nós, povo, restam a perplexidade e a indignação. Cabe a nós, em 2018, fazermos desta terra um país melhor…

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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