O ministro da Economia, Paulo Guedes – o Posto Ipiranga – esteve na Comissão de Constituição e Justiça com o objetivo de defender o projeto de reforma da Previdência. Solícito, respondia às interpelações dos deputados num clima ameno e de respeito, embora, por vezes, não tenha escapado da virulência verbal de deputados contrários ao projeto, notadamente de PT e PSOL.
No entanto, o que não se deve admitir é que um ministro de Estado ou qualquer cidadão ali presente para prestar esclarecimento seja intimidado, desrespeitado e achincalhado por parlamentares que abusam da irrestrita liberdade que lhes é assegurada.
O tempo: é absolutamente desumano você submeter uma pessoa, seja ela quem for, a ficar frente a uma centena, ou mais, de parlamentares ávidos em aparecer na TV para seus eleitores, por mais de 7h. Ele teve que até que pedir um intervalo até pra fazer xixi… sem esquecer que a maioria estava ali apenas para desestabilizá-lo.
A imagem nos remete àqueles filmes policiais investigativos americanos, nos quais o “policial mau” coloca o bandido contra a parede e aí aparece o outro policial no papel de “policial bom”, interrompendo o interrogatório e fazendo com o que o “policial mau” saia da sala. Ele espera, com isso, ganhar a simpatia e confiança do interrogado, mas se este interrogatório levar mais de 7h, certamente a defesa vai alegar coerção e tortura que obrigaram o “réu” a confessar.
O que os parlamentares do PT, PSOL et caterva fizeram com o “pobre” Ministro foi de uma covardia atroz. É claro que a oposição vai jogar pra galera. Mas quanto a algumas destas acusações, a resposta do Ministro foi inteligente, prática e pragmática: “Vocês estão há quatro mandatos no poder. Por que é que não botaram imposto sobre dividendo? Por que é que deram benefícios para bilionários? Por que é que deram dinheiro para a JBS? Por que é que deram dinheiro para o BNDES?”. E, realmente, eles que reclamavam, não o fizeram em 13 ou 14 anos no poder.
E foi além… “Vocês estiveram no governo. Nós estamos há três meses. Vocês tiveram 18 anos, 18 anos no poder e não tiveram coragem de mudar, não pagaram nada, não cortaram dividendos…”. (não entendi bem os 18 anos, mas…)
Sobre o questionamento quanto aos militares, respondeu: “se há privilégios na proposta em relação aos trabalhadores do setor privado e dos civis, que sejam cortados pelo Congresso Nacional. “Cortem vocês. Vocês são o Congresso Nacional. Têm medo de fazer isso? Eu vou dizer para vocês o que eu acho. Eu penso o seguinte: passou o tempo em que a Previdência poderia ter sido um mecanismo, uma fábrica de desigualdades”.
Outra coisa muito importante foi com relação à aposentadoria dos rurais. Como podemos ter – não me lembro o número corretamente, portanto vou simular: 300.000 mil trabalhadores rurais quando o governo paga a 550.000? E que nunca pagaram um tostão à Previdência. Querem manter isso? Vamos cobrar um valor mensal de cada um deles. Apenas aqueles que pagarem, receberão o benefício… outra gritaria… É lógico que há fraude. É evidente!!!
Após este “destempero”, o Ministro assumiu não ter familiaridade com aquele ambiente e que cometera um erro ao responder aos questionamentos no mesmo tom. Ponto pra ele. “Não vou mais interagir… Só responder”.
A contestação de alguns deputados ao ministro da Economia se mostrou grosseira. É tempo de aprender que gritos, socos na mesa ou ofensas nada agregam num diálogo, muito pelo contrário.
Tem sido obstinada a luta do governo, por intermédio do ministro da Economia, para dar prosseguimento à aprovação da reforma da Previdência, talvez o pilar mais importante, urgente e imprescindível para a recuperação da economia. As consequências da derrubada ou aprovação do projeto mutilado, se ocorrer, são de responsabilidade daqueles, já identificados, que pateticamente tentam desestabilizar qualquer ação que tenha como meta retirar o país da estagnação e da grave crise política.
Aquele velho PT está de volta, oposição eles sabem fazer. A deputada Gleisi Hoffmann deu chiliques como fez na época do impeachment de Dilma, sempre querendo atrapalhar.
O país está quebrado, e não é apenas a reforma da Previdência que vai resolver. A classe política, dentre outras, tem que perder privilégios e mordomias.
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