25 de abril de 2024
Editorial

A Lista do Fachin

Foto: Arquivo Google

O ministro Fachin atendeu à demanda maior do país: ver publicados os nomes que esperamos serem rigorosamente punidos, essencialmente os que irão para o juiz Sérgio Moro. Dessa forma, ficaremos tranquilos quanto às próximas eleições. O Brasil não poderá sofrer riscos irremediáveis, se o PT retornar ao poder, agora que estamos saindo da UTI, ainda que com sequelas a médio prazo.
“Sobrou para todos”, manchete estampada nos jornais. Eu gostaria de acrescentar: “e faltou para o povo brasileiro”, que carece de um sistema de saúde e educação dignos, transportes eficientes, estradas transitáveis para o fluxo de mercadorias, segurança que funcione e proteja o povo. Enfim, é bastante lamentável o que estamos assistindo. Já imaginaram se tudo o que foi surrupiado for devolvido? Seguramente, grande parte dos problemas brasileiros será resolvida.
No governo do PT, o Executivo controlava o Congresso com escandalosos subornos que terminaram no mensalão. No atual governo, esse controle é feito pelas nomeações de políticos, que não são do ramo, para cargos técnicos, onde geralmente se dedicam a manobras espúrias. O homem mais honesto do Brasil podia alegar que não sabia de nada. Mas Michel Temer não pode.
Fico triste ao ler que as penas dos investigados no STF podem chegar até 22 anos! É pouco, se analisarmos a profundidade do que fizeram. Que os deixem apodrecer em presídios. Surrupiaram o país, prejudicando a todos, principalmente Sérgio Cabral e seus asseclas, apropriando-se do dinheiro da saúde. Querem coisa pior? Oxalá que na conclusão dos fatos isso não seja ignorado. Já vi, por menos que isso, penas maiores. Prisão perpétua é o mínimo que se poderia dar a eles.
Mais uma informação dos delatores dão conta de que Lula, Palocci, Cunha, Lobão e outros estão na lista do ministro Edson Fachin. Mais uma vez, veremos, ouviremos e leremos que nenhum deles tem a ver com propinas; que ninguém recebeu nada; que não conhecem qualquer diretor da Odebrecht, e por aí vai. Todos possuem bens incompatíveis com os rendimentos. É só quebrar os sigilos bancários e fiscais deles e dos familiares. A Receita, tão eficiente com o cidadão comum, deveria auxiliar nesses desvios gigantescos. E ainda falta a delação de Palocci, que está louco para abrir a boca e já começou.
Em todo este lamentável episódio, que veio à tona com a Lava-Jato, fica no ar uma pergunta: o que estariam fazendo durante tantos anos a Justiça e a Polícia Federal? Não estendemos a pergunta aos tribunais de contas, pois os últimos fatos revelados já respondem: estavam tratando de seus próprios interesses. Falta, deste modo, uma Operação “Lava-Jus”, pois é difícil imaginar que tanta corrupção tivesse ocorrido sem a cumplicidade do Judiciário.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *