19 de março de 2024
Editorial

A exploração política da guerra contra o Coronavírus

Foto: Google – Folha – UOL

Ouvindo os noticiários hoje em dia, parece que não há mais nada acontecendo no mundo. Ninguém morre de infarto, de acidentes nem de outros males. Os assaltos acabaram, a corrupção também acabou, não há mais guerras no mundo, nem ditaduras, nem refugiados, enfim, nada mais acontece a não ser a pandemia do novo coronavírus.
A verdade é que estamos levando uma coça do COVID-19. Todos nós (e não é só o Brasil, é o mundo todo) precisamos deixar de lado os orgulhos, egoísmos e vaidades, parar de rixas por qualquer razão e entender que não estamos com essa bola toda, ninguém é o melhor de todos que acha ser.
Nunca imaginei que existissem tanto infectologistas disponíveis para concederem entrevistas nos mais diversos canais, aliás ontem, aprendi outra especialização: virologista! Se alguém conseguir me explicar a diferença (rs)… entendo que infectologista abranja vírus e bactérias e o virologista apenas vírus? Ora, vá ser especialista assim na… acertei?
É preciso dar as mãos, aprender uns com os outros, divergir sem segregar, duvidar não para desmerecer, mas para descobrir caminhos. Estamos vivendo uma situação para a qual ninguém estava preparado, precisamos ter paciência e vontade de encontrar soluções, e não ficar batendo cabeça, agredindo-se mutuamente, enquanto o vírus faz a desgraça de todos nós.
Estamos, literalmente, em uma guerra mundial. O mundo todo está parando para se defender de um inimigo invisível. Ancorados nas novas tecnologias, o mundo está acostumado a combater qualquer inimigo com armas. Mas tanto investimento em armas para ficarmos de joelhos para o microscópico inimigo. O mundo não será o mesmo depois disso…
Há poucos dias, o ministro Paulo Guedes referiu-se a duas ondas que estão nos ameaçando – sobre as quais eu falei na semana passada – saúde x economia – especificando-as: a deste vírus planetário e a da recessão econômica. Ambas socialmente perversas.
Mas há uma terceira onda, tão danosa quanto as outras. A da exploração política da tragédia. Este era o recado que eu queria deixar agora.
Na defesa de seus interesses, atritam-se, inconvenientemente, importantes agentes públicos. De um lado, o presidente da República (não o governo), com seu jeito peculiar de manifestar seu pensamento. Em oposição, conhecidos aproveitadores políticos, reforçados por segmentos midiáticos. Qual a finalidade? A busca por enfraquecer ou desacreditar o governo ou as opiniões contrárias a seus interesses.
Os oportunistas de plantão, ultimamente, vêm se aproveitando para disseminar o ódio contra o atual governo federal. São esquerdopatas que, enquanto estiveram no poder, se omitiram, achando que tudo que faziam era normal. Não preciso nem citar o que fizeram, basta lermos as páginas policiais de uns anos para cá. Agora pedem impeachment, afastamento, renúncia etc.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sugeriu que o Congresso diminuísse os salários para ajudar a salvar vidas, mas por que até agora não se ouviu mais nada sobre o assunto? Como ficou a sugestão? Teria que ser estendido a todos os Poderes, inclusive estaduais e municipais, certo?
Os idosos passaram de invisíveis a protagonistas. Hoje são o principal grupo de risco. Precisamos integrar as características mais relevantes de cada grupo etário para a construção de uma sociedade realmente plural e inclusiva, rica na diversidade, saudável em seus propósitos e fortalecida em seus valores.
Amanhã, num mundo “pós-Revolução-COVID-19”, será um enorme risco para a sociedade se ela não valorizar o conhecimento, a experiência e o potencial de consumo desse grupo etário, sem falar que este grupo já soma mais de 55 milhões de pessoas.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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