19 de março de 2024
Editorial

A Cidade Maravilhosa às traças

Foto: Arquivo Google – EBC

É tão fascinante saber que estamos vivendo a era da inteligência artificial, com facilidade para implementar soluções para qualquer problema, como a redução da criminalidade. Enquanto para muitos países a adoção de sistemas tecnológicos de monitoramento se tornou basilar, para o Brasil, onde a criminalidade cresce, esta bem-sucedida estratégia não passa de promessas políticas, a exemplo da campanha do governador do Rio. Até quando vamos permanecer no faz de conta? Vamos acordar, Brasil, vamos acordar, Rio.
Os recentes assassinatos de dois inocentes no Rio por um morador de rua pirado e drogado e o massacre do presídio de Altamira, no Pará, fruto de mais um bárbaro confronto entre facções rivais que controlam o tráfico de drogas no país, são duas faces da mesma moeda. Qualquer bem-intencionado especialista sabe que o problema de segurança pública no Brasil já ultrapassou, de muito, as esferas municipal e estadual. É briga seríssima para o governo federal. Pacote anticrime já!
É muito triste o que se observa no Rio. Nossas ruas foram tomadas por camelôs que vendem de tudo, até drogas e mercadorias roubadas. Praças e viadutos foram tomados por moradores de ruas, na sua grande maioria viciados em crack. É um risco iminente de morte tentar passar por um desses lugares. O assassino de duas pessoas na Lagoa já tinha passagens pela polícia – o que ele fazia na rua -, todos sabiam da sua loucura e nada fizeram. Agora as autoridades começaram a revistar esses lugares para retirar facas e outros objetos. É piada de mau gosto essa providência. Quando será executado um programa para retirar das ruas essas pessoas?
Chega a ser engraçado quando vejo imputarem à prefeitura e ao poder público o que aconteceu com o morador de rua que matou duas pessoas. Estamos sujeitos a isso acontecer a qualquer momento, porque a legislação não permite recolher moradores de rua e drogados para colocá-los em abrigos. Que beleza as nossas leis.Este recolhimento tem que ser compulsório… trabalhar para criar mais abrigos, criar condições nos que já existem e, principalmente, clínicas de recuperação… recolhimento/internação compulsória já!
Há de se responsabilizar o Judiciário, apesar de não isoladamente, pela incontrolável onda de violência e homicídios no Rio. Praticamente não há um criminoso solto sem passagem pela polícia. Cometem crimes, entram por uma porta e saem por outra, e o cidadão de bem que os aguarde.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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