24 de abril de 2024
Colunistas Sylvia Belinky

Depois da descoberta


Depois da descoberta da minha possível (ou seria provável?) mudança de manequim, de instalar minha esteira na sala de jantar e de descobrir que ela não funcionava nem com a chave de segurança, lá fui eu de novo entrar na Internet para encontrar bons técnicos para a minha esteira; tratei de escolher os que estavam mais perto, afinal era só uma revisãozinha por ter ficado parada um tempão…
Como todos hoje atendem via Whatsapp, tive que fotografá-la, dizer que não funcionava nem depois de colocar a chave de segurança e contar que, quando mexi nos fios atrás do painel, ela funcionou uns 3 minutos antes de parar! Escrevi um romance e pedi para virem rápido, “afinal, somos do grupo de risco e é nossa chance de fazer exercício!”.
A moça marcou para três dias depois e fiquei pensando em quanta gente também tinha desencavado seus aparelhos de ginástica – provavelmente, porque agora que todas as aulas são on line, ficaram praticamente de graça, uma merreca por mês!
“Uma merreca por mês”…  Tenho como experiência indelével da primeira vez que fui esquiar – na neve, pois na água era fichinha – numa estação de esqui! Olhei a tabela das aulas: se eu fizesse 6 aulas, leia-se, a semana toda, ficava em, digamos, 150 francos. Uma aula só, 70 francos cada!! Valente, comprei as 6 aulas que começavam no dia seguinte;  afinal, eu sairia de lá esquiando! Desisti duas aulas depois  e descobri rápido a razão do desconto…
Vieram dois técnicos: um, com uns 40 kg de excesso de peso, que era quem subia na esteira, e o outro magrinho que só ia escrevendo o diagnóstico que o gordinho ditava. Fizeram um diagnóstico beeeem caro e outro mais humano e fiquei com o mais humano: ”Mas pode ser que ela só funcione por um tempo curto, moça” – e eu nem pelo “moça” cedi ao mais caro e acabei só comprando silicone especial para lubrificá-la: “A lona está gasta. E eu, com meus botões, pensando como poderia estar gasta estando 5 anos parada depois de funcionar por uns 5 dias comigo e mais uns 3 com a minha amiga médica…
Pergunta do meu marido, aparentemente interessado na esteira também: “E no que isso pode comprometer o uso dela?” O técnico, dramático: “Bom, pode forçar o motor e …”. Fiquei imaginando que seria MUITO BOM se chegássemos até o ponto de forçar o motor e aí justificasse uma revisão NADA HUMANA, mas que nos levaria ao caminho da saúde… e da elegância!
“Tá moço, fica assim por enquanto e tão logo comecemos a usar todos os dias – estava MEGA otimista – chamamos vocês para completar a revisão!
Desde essa revisão já se passaram duas semanas e… MEU DEUS, SE NÃO VAMOS A LUGAR ALGUM, porque não conseguimos nos apaixonar pela esteira?

Sylvia Marcia Belinky

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

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