28 de março de 2024
Colunistas Sergio Vaz

Estamos mergulhados em 1984

“Nunca houve tanto desprezo pela verdade nas democracias ocidentais quanto hoje.”


O mundo nunca esteve tão em 1984 quanto neste ano de 2020.
É uma constatação duríssima, tristíssima, mas é a mais pura verdade. E é exatamente disso que se trata: verdade – e mentiras.
Nunca se mentiu tanto, em escala planetária, quanto agora, quanto dos últimos anos para cá.
O presidente do país mais rico do mundo mente constantemente, incessantemente, até parece que doentiamente, com sua mente doentia.
Exatamente o mesmo acontece com o presidente deste país que no passado já foi considerado do futuro, na famosa frase de Stephen Zweig – o país em que hoje em dia nem mesmo o passado é previsível, na frase triste, mas profundamente verdadeira, do economista Pedro Malan.
Na mais tradicional das democracias do planeta, a Grã-Bretanha, mentiram tanto que, por uma diferença pequena de votos, a maioria foi convencida a remar contra o avanço, contra a integração, contra a harmonia, a favor do atraso, do isolamento.
Hoje em dia até documentário mente descaradamente. Vende-se como verdade e faz ficção. Mente, faz ficção; toma uma tese partidária como verdade histórica – e consegue enganar até a vetusta Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood.
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“Nunca houve tanto desprezo pela verdade nas democracias ocidentais quanto hoje.”
Comparável ao que acontece hoje, só 1984, a distopia de George Orwell publicada pela primeira vez em 1949, que acabaria se tornando um dos romances mais importantes do século XX.
Para lembrar, aqui vai a sinopse de 1984 da Wikipedia:
“O romance é ambientado na ‘Pista de Pouso Número 1’ (anteriormente conhecida como Grã-Bretanha), uma província do superestado da Oceania, em um mundo de guerra perpétua, vigilância governamental onipresente e manipulação pública e histórica. Os habitantes desse superestado são ditados por um regime político totalitário eufemisticamente chamado de “Socialismo Inglês”, encurtado para ‘Ingsoc’ na novilíngua, a linguagem inventada pelo governo. O superestado está sob o controle da elite privilegiada do Partido Interno, um partido e um governo que persegue o individualismo e a liberdade de expressão como ‘crime de pensamento’, que é aplicado pela ‘Polícia do Pensamento’.
“A tirania é ostensivamente supervisionada pelo Grande Irmão, o líder do Partido que goza de um intenso culto de personalidade, mas que talvez sequer exista. O Partido ‘busca o poder por seu próprio bem. Não está interessado no bem dos outros, está interessado unicamente no poder’. O protagonista da novela, Winston Smith, trabalha para o Ministério da Verdade, que é responsável pela propaganda e pelo revisionismo histórico. Seu trabalho é reescrever artigos de jornais do passado, de modo que o registro histórico sempre apoie a ideologia do partido. Grande parte do Ministério também destrói ativamente todos os documentos que não foram editados ou revisados; desta forma, não existe nenhuma prova de que o governo esteja mentindo.”
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Distopia, o antônimo de utopia. A anti-utopia – o mundo no futuro
tenebroso. Depois de 1984 vieram Fahrenheit 451 (1953), de Ray Bradbury, Laranja Mecânica (1962), de Anthony Burgess, entre vários outros. Nos últimos anos, o cinema e as séries de TV encheram as telas de distopias. Para citar apenas alguns, Blade Runner (1982), Waterworld (1995), Gattaca, Uma Experiência Genética (1997), Armageddon (1998), Filhos da Esperança (2006), Eu Sou a Lenda (2007), Fim dos Tempos (2008), A Estrada (2009), O Preço do Amanhã (2011), Jogos Vorazes (2012), e suas continuações, A Hospedeira (2013), Elysium (2013), Minha Nova Vida (2013), Interestelar (2014), O Conto da Aia, 2017.
Em 2018, foi lançada uma co-produção Polônia-EUA sobre a Polônia num passado-futuro alternativo, com o título clarissimamente ligado à obra-prima de Orwell, 1983.
Um monte de distopias, de diferentes versões de um futuro tenebroso.
O futuro tenebroso chegou.
“Nunca houve tanto desprezo pela verdade nas democracias ocidentais”, disse o jornalista britânico Dorian Lynskey, em entrevista a Ruan de Souza Gabriel, publicada em O Globo do dia 21 de janeiro agora.
Ele é o autor do livro O Ministério da Verdade: Uma Biografia de 1984, que a Companhia das Letras vai lançar em breve, neste ano que marca os 70 anos da morte de George Orwell, ocorrida em 21 de janeiro de 1950 – por coincidência, bem perto da data do meu nascimento.
O jornalista conta que, quatro anos atrás, começou a se interessar pela ficção distópica. A partir daí, pensou em escrever sobre a gênese de 1984 – seria uma forma de falar sobre a vida de George Orwell com uma perspectiva atual, à luz dos acontecimentos históricos que vieram depois dele, e examinar por que o livro continua a ser tão relevante hoje. ”Quando estava escrevendo o projeto do livro, Donald Trump foi eleito. O aumento das vendas de 1984 depois da posse dele confirmou que valia a pena escrever esse livro”, diz ele.
Segundo Dorian Lynskey, as origens do livro de Orwell têm a ver com a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) – a que é tida como a última guerra romântica, a que opunha claramente o bem contra o mal, a guerra em que, como diria Leonard Cohen, the good guys lost – os good guys aí incluindo intelectuais, artistas, comunistas, socialistas, anarquistas, todos os democratas, de todos os matizes, de Ernest Hemingway ao próprio Orwell, contra o fascismo de Francisco Franco.
“Orwell foi para a Espanha acreditando que o fascismo era a principal ameaça à liberdade, enquanto o comunismo soviético, que ele nunca apoiou fervorosamente, era um contrapeso necessário”, diz o autor da biografia de 1984. “Ficou horrorizado ao ver republicanos perseguirem a esquerda que não seguia as diretrizes de Moscou, como o POUM (Partido Operário de Unificação Marxista), do qual ele fazia parte. Concluiu que o stalinismo e o nazismo eram duas faces do mesmo monstro totalitário. Para ele, foi estarrecedor ver intelectuais de esquerda pró-Stalin repetirem as mentiras que tinham condenado seus camaradas na guerra civil e se recusarem a publicar seu relato da guerra, Lutando na Espanha. Foi quando experimentou o que seria o tema central de 1984: o pesadelo criado pelo desaparecimento da verdade objetiva.”
E mais adiante:
“Ao analisar o totalitarismo nos anos 1930 e 1940, Orwell identificou vários fenômenos perniciosos, como sistemas de vigilância, pensamento de grupo, autoengano, que permanecem hoje. As intuições dele sobre como o poder manipula a tecnologia e a linguagem são, infelizmente, atemporais. Fenômenos da última década, como o retorno do populismo autoritário, a difusão de desinformação na internet e a tecnologia minando a privacidade, são dolorosamente orwellianos. Nunca houve tanto desprezo pela verdade nas democracias ocidentais.”
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Quando, nos anos 60, Jean-Luc Godard cunhou a sua frase famosa, “a fotografia é a verdade, e o cinema é a verdade 24 vezes por segundo”, a fotografia já não era mais a pura expressão da verdade. Umas 3 décadas antes, Josef Stálin já havia inventado a fotografia retocada – basicamente para tirar do original os antigos companheiros que haviam caído em desgraçada e seriam ou exilados ou torturados ou assassinados pelo regime. Liev Davidovich Bronstein, o Trótski, foi apagado de grande quantidade de fotos em que aparecia ao lado do companheiro Lênin – exatamente da mesma forma com que acontecimentos seriam apagados dos jornais e dos livros de História por Winston Smith e seus colegas do Ministério da Verdade da Oceania de 1984.
Muitas décadas antes da chegada da internet, das redes sociais e do conceito de fake news, a União Soviética já criava fake fotos – e, ao fazer isso, Stálin inspirou Orwell a criar 1984.
(A foto do alto deste post é a original, feita em 5 de maio de 1920 – Lênin discursa, e à direita, no palanque, está Trótski. Na foto seguinte, trabalhada pelo stalinismo, Trótski desapareceu.)
Para deixar claro que a opção preferencial pela mentira não é propriedade exclusiva da esquerda, do comunismo, aí estão Donald Trump e seu fã roxo, o Capitão das Trevas, indignos representantes da direita mais sórdida que pode haver. E para comprovar, com a clareza mais absoluta, que a esquerda continua tão mentirosa quanto nos tempos de Stálin, estão aí Lula, Dilma, o PT – e o documentário Democracia em Vertigem.


(A foto do alto mostra como foram encontrados os corpos dos militantes Pedro Pomar e Ângelo Arroyo, que combateram a ditadura militar e foram assassinados pelas forças de segurança. Ela está disponível no site Memorial da Democracia. No “documentário” Democracia em Vertigem, a foto foi stalinistamente trabalhada para que sumissem as armas que aparecem na imagem original.)
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Donald Trump institucionalizou a mentira como sendo o que sai da Casa Branca. Felizmente, as notícias dos jornais ainda não são reescritas para deixar bem o chefe do momento, no país mais rico e poderoso do planeta, e então o Washington Post pôde, nos últimos dias de 2019, contabilizar que, em 3 anos no poder, Trump fez 1.950 declarações falsas ou enganosas. Em 347 dias de mandato, foram em média 5,6 alegações falsas ou enganosas a cada dia.
A contrafação tropical de Donald Trump não fica muito atrás. Da boca de Jair Bolsonaro saem – expressas em Português ruim de quem não estudou direito – mentiras deslavadas, além ofensas às pessoas, aos direitos humanos, ao bom senso, à mínima educação, a qualquer noção de polidez.
Além de elogiar ditadores, ditadura, torturadores, tortura, Bolsonaro mente nas diversas plataformas de que dispõe. Mente nos minicomícios diários à saída do Alvorada ou do Planalto, à chegada ao Planalto ou de volta ao Alvorada; mente nas ridículas lives que produz com o talento de um Ed Wood; mente no Twitter, no Facebook.
Semana passada, na mensagem enviada ao Congresso Nacional para marcar o ano novo do Legislativo, mentiu descaradamente. Em ótimo editorial, o Estadão afirmou que várias passagens da mensagem presidencial “indicam preocupante litígio do governo com a realidade”.
Que deliciosa maneira de expressar a verdade dos fatos, nestes tempos de tanta inverdade! Que maravilhoso uso do idioma – essa bela e inculta última flor do Lácio que três dos quatro últimos presidentes da República têm achincalhado tanto, nos últimos 17 anos.
Diversas passagens da mensagem anual ao Congresso da Presidência da República “indicam preocupante litígio do governo com a realidade”!
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Não há como não transcrever o editorial do Estadão. E, abaixo dele, transcrevo também um texto brilhante, delicioso, de Eduardo Affonso ironizando “o preocupante litígio com a realidade” demonstrado pela cineasta petista Petra Costa, herdeira da Andrade Gutierrez e autora de Democracia em Vertigem – o “documentário” que usou a velha técnica stalinista de alterar fotografia.
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Um país imaginário
Editorial, O Estado de S.Paulo, 6 de fevereiro de 2020
Várias passagens da mensagem do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, lida anteontem na reabertura dos trabalhos legislativos, indicam preocupante litígio do governo com a realidade. Preocupante não apenas porque edulcoram o difícil momento por que passa o País e superestimam os resultados da errática atuação do governo, mas também porque sustentam que “caminhamos para um ambiente fértil de emprego e prosperidade”. Oxalá fosse assim.
É natural que o governo queira destacar os aspectos que julga positivos de sua atuação, mas não pode fazê-lo a ponto de insultar a inteligência alheia. A mensagem do presidente afirma, por exemplo, que sua gestão conseguiu a “aprovação de medidas eficazes”, sobretudo as “demandas das áreas econômica e social”, graças à “construção de relações pautadas por metas e projetos estratégicos com o Legislativo”. Numa única frase, amontoam-se devaneios para todos os gostos.
Raras foram as “medidas eficazes” aprovadas no Congresso no ano passado, graças à evidente desarticulação política do governo. Medidas relevantes, como a reforma da Previdência, só saíram porque as lideranças parlamentares abraçaram a causa, já que o próprio presidente Bolsonaro expressou dúvidas sobre a matéria. É igualmente risível a menção a “metas e projetos estratégicos”, pois, com inquietante frequência, o governo não consegue indicar com clareza que rumo pretende seguir em temas fundamentais, como a reforma tributária e a reforma administrativa.
Não é possível falar em “construção de relações” com o Legislativo ante a precariedade dessas relações. No entanto, Bolsonaro diz, em sua mensagem, que “o governo se mostrou propositivo e apresentou reformas ousadas”, o que não aconteceu – o que se viu foi um parlamentarismo informal, sob a liderança dos presidentes da Câmara e do Senado, que articulou e tocou as reformas com escassa ou nenhuma participação do Palácio do Planalto. E a mensagem presidencial informa que isso vai continuar neste ano, pois Bolsonaro, “em seu dever de governança e zeloso pelos valores democráticos de independência e soberania dos Poderes, tem oferecido cada vez mais protagonismo ao Legislativo”. Ou seja, o presidente travestiu de respeito institucional o que não passa de falta de capacidade de articulação política.
Do mesmo modo fantasioso, exaltou a inauguração de um “novo Brasil” a partir de sua posse, dizendo que “o País começou a trilhar o caminho da liberdade e a ganhar projeção mundial”, que “o viés ideológico deixou de existir em nossas relações com o exterior” e que “o mundo voltou a confiar no Brasil”. Ademais, diz o presidente, “melhoramos o ambiente de negócios, proporcionando mais oportunidades para que os empreendedores prosperem”.
A irrealidade dessas e de outras passagens fazem a mensagem presidencial soar mais como peça de campanha eleitoral do que como o traçado da rota político-administrativa que o Executivo tem a obrigação constitucional de comunicar ao Parlamento que seguirá no ano legislativo. O caráter eleitoreiro fica ainda mais explícito quando a mensagem, ao enumerar os “mais caros” desafios do governo para os próximos anos, coloca, em primeiro lugar, a redução da criminalidade – discurso que rendeu e certamente ainda renderá votos a Bolsonaro, mas sobre o qual o Executivo federal pouco tem a fazer, como, de fato, pouco tem feito.
A despeito disso tudo, há no governo funcionários altamente qualificados e genuinamente dedicados a reverter a crise e a recolocar o País no caminho do desenvolvimento. Contudo, para que o trabalho desses servidores não seja desperdiçado em meio às confusões protagonizadas pelo Palácio do Planalto, é preciso que o presidente da República cumpra, ele mesmo, sua função primordial, qual seja, a de exercer a liderança política que seu cargo inspira. O problema é que essa liderança só será autêntica e efetiva se o presidente parar de fantasiar sobre um país que não existe.
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Descobrimento em Vertigem
Por Eduardo Affonso, 5/2/2020.
– Pessoal, conseguimos levantar o patrocínio e vamos fazer o documentário sobre o Descobrimento do Brasil!
– “Descobrimento”, não! Os nativos brasileiros já estavam aqui há muito tempo. Os portugueses invadiram o continente. Tem que se chamar “Invasão e colonização imperialista de Pindorama pelos brancos europeus”.
– Ok, depois a gente discute o título. O que precisamos agora é começar a pesquisa. Como um dos poucos documentos da época é a carta de Pero Vaz…
– Isso não é problema. Podemos criar novos documentos.
– Como assim “criar novos documentos”? Temos que nos basear nos elementos históricos – cartas, iconografia…
– Isso é um conceito arcaico, conservador. O documentário que vamos fazer é progressista. Podemos começar com as caravelas surgindo no horizonte com suas bandeiras piratas, disparando canhões, e, em seguida cortar para os índios sendo decapitados durante a Primeira Missa…
– Mas isso seria uma encenação – e não há nada que indique que índios tenham sido decapitados na Primeira Missa.
– Não é encenação. É a história real subjetiva. Milhares de nativos sul-americanos morreram no genocídio promovido pelos portugueses capitalistas. Os índios decapitados na Primeira Missa pelo padre alemão, que bebe o sangue deles, representam essas mortes e a apropriação cultural europeia.
– Mas então não é melhor chamar o filme de ficção?
– Claro que não! É um documentário. E seguimos com Pedro Álvares Cabral violentando a filha mais nova do velho cacique moribundo e condenando o pajé trans da tribo a ser queimado na fogueira, por heresia.
– Mas será que houve autos de fé no Brasil? E pajés trans?
– Mesmo que não houvesse, ficaria havendo. O pajé LGBTQI+ queimado vivo enquanto os machos brancos europeus gargalham remete ao incêndio deliberado da Amazônia e à homofobia estrutural dos luso-cristãos.
– Mas aí já fica uma coisa meio alegórica, não? A gente queria fazer um documentário, um lance histórico.
– História contada por quem? Pelos vencedores? Pero Vaz de Caminha, que era um lacaio do imperialismo. Temos que usar as cartas escritas pelos índios.
– Mas os índios não dominavam a escrita…
– Não dominavam porque eram dominados. Eram analfabetos porque Portugal não investiu aqui nem um centavo em educação antes de 1500. Então cabe a nós dar voz aos que foram amordaçados pelo neoliberalismo ibérico, pela elite tóxica da corte de Lisboa.
– Ok, então começamos com a decapitação dos índios, o estupro da filha do cacique, a incineração do pajé, quer dizer, dx pajx, aí são lidas as cartas dos índios…
– Quem lê são eles! Nós não temos lugar de leitura nessa história!
– E como é que eles vão ler se são analfabetos – ou pelo menos eram analfabetos em 1500?
– Você está sugerindo que algum portador do privilégio do letramento usurpe o protagonismo deles e leia as cartas?
– Ok, eles leem as cartas e então…
– Então entrevistamos alguns índios escolhidos a dedo, e gravamos a cena de uma índia idosa com um bebê no colo, se arrastando pelo Saara, ou pela Namíbia – ou, se a verba não der, por Atacama mesmo – e eu narro, com voz chorosa, que foram os golpes – golpes de machado, no caso – que destruíram o Brasil. Entra um pôr do sol bem vermelho e sobem os créditos ao som da Internacional Socialista em ritmo de Kuarup. Fim.
– Não entrevistamos nenhum português?
– Não precisa.
– E depois?
– Depois a gente arruma um agente, uma distribuidora, um canal de estrímim e inscreve no Oscar.
– Aquele prêmio da indústria hegemônica cultural estadunidense?
– Essa parte não precisa problematizar. Bora fazer o doc?

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