24 de abril de 2024
Priscila Chapaval

Minha Vida


Nesses últimos dois anos parece que passou um rolo compressor na minha vida. Primeiro perdi minha mãe. Logo em seguida minha irmã mais nova adoeceu e a doença veio com tudo. Faleceu em julho do ano passado.
Foi um ano super difícil. Dói ver quem você ama sofrer. Sofri junto mas sozinha sem que ninguém percebesse.
Em seguida no começo deste ano perdi minha madrinha. Uma segunda mãe que eu dizia ser minha mãe de alma. Ia todos os dias tomar café com ela, éramos vizinhas e jogávamos tranca no final da tarde. Teve um problema físico e faleceu dias depois. Mais uma perda irreparável.
Morreram a Liv que depois dela nunca mais quis ter nenhum animal de estimação. Adotei o Peter quando ia para Campos do Jordão e às vezes pedia para o Giba trazer para ele ficar em casa. Peter morreu pela idade.
Ou seja nesses últimos dois anos perdi as pessoas que eu mais tinha contato e afinidade familiar. Minha mãe, minha irmã Clariza e minha madrinha Fani.
Evidente que fiquei muito mal. Cai num marasmo. Perdi o chão. Não conseguia sair da cama. Fiz terapia.
Entrei novamente nos meus cultos religiosos e busquei forças até no dedão do pé. Fui ao encontro de primas e pessoas que eu sabia que iriam me ajudar. E me ajudaram. No silêncio, muitas vezes ouvindo e falando pouco. Nunca mais fui a mesma.
Estou diferente talvez para melhor. A gente cresce na porrada da vida. E ficar sozinha foi uma das minhas escolhas e foi a melhor. É no deserto na maior solidão que a gente se encontra.
Agora phodam-se aquelas pessoinhas mesquinhas de humildade e amor que se afastaram de mim por causa da minha angústia, da minha tristeza e falta de ânimo.
Não tenho mais saco para badalações e papos fúteis. Não tenho necessidade de aumentar o meu número de seguidores nas redes sociais. Só tenho que agradecer.
Novas portas se abriram. Novas pessoas se aproximaram. E a saudades não passa assim tão de repente. Daqui uns dias fará um ano que minha irmã Clariza se foi.
Foi a pior sensação de perda na minha vida. Éramos muito unidas, moramos juntas e tínhamos somente dois anos de diferença de idade.
Depois com a morte da madrinha piorei. Ela era minha vizinha e a saudades é imensa. Mas Deus nos dá forças e nossa fé se renova.
Portanto a velha Priscila não existe mais. Sou outra pessoa.
Não quero me obrigar a ser feliz de mentirinha e rir de banalidades. Fiquei mais quieta e é isso que eu quero no momento.
Não quero mudanças e nem fazer planos nesse país do nada.
Não tenho candidato e acho todos uma porcaria.
Sim… e me esqueci que não contei para ninguém a não ser o meu amigo Claudio Claudio Yida que passei os meses de abril e maio internada várias vezes no Hospital 9 de julho com pedra nos rins e com uso de cateter duplo J que é uma das piores coisas que existe. Super chato e dolorido.
Enfim. Sarei das pedras.Estou ótima e isso me deixa feliz.
Fiquei dois meses de repouso lendo, vendo séries na TV e me reinventando.
Estou aqui, ainda chateada e chata e quem quiser é assim. Quem não quiser boa noite e passem bem.
Só eu sei o quanto foi difícil ver enterrar minha mãe e minha irmã e mais recentemente a minha madrinha. São pessoas insubstituíveis que foram minhas melhores amigas e conselheiras.
Eu também tenho problemas, inseguranças e angústias. Não pensem que minha vida é fácil. Que eu só viajo, que vivo em festas, bla bla bla. Diminui minha exposição nas redes sociais.
Ora bolas você não me conhece então.

Priscila Chapaval

Jornalista... amo publicar colunas sobre meu dia a dia...

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