28 de março de 2024
Eliana de Morais

Pra que viajar com dinheiro?

Do ancestral dinheiro no bolso aos cartões de crédito, os gastos em viagens
se renderam à praticidade da carteira digital

Cadê o dinheiro? Quem já enfrentou cartão que não funciona, perdido, ou clonado, sabe o perrengue que vem depois
Texto: Fabio Steinberg
Há uns vinte anos, era impossível viajar sem encher o bolso de dinheiro vivo. Nos percursos em períodos mais longos, que exigiam carregar grande volume de notas, a situação ainda era pior. A questão se agravava nas idas ao exterior, quando era indispensável levar moeda estrangeira em cash.
O medo de perder dinheiro ou ser roubado quase que estragava o prazer de viajar. O viajante mantinha um olho no destino e outro no bolso, sob tensão contínua. Naqueles tempos heroicos, era comum até encontrar gente que costurava notas nas roupas. Ou embuti-las em incômodos cintos de pano, presos em volta da barriga. Dinheiro e corpo só se separavam por alguns minutos, na hora do banho.

Ninguém merece – não faz mais sentido viajar com dinheiro vivo debaixo da roupa como antigamente.

A plena massificação do cartão de crédito reduziu radicalmente o problema. Afinal, agora era só levar o plástico no bolso e pronto. No entanto, criou outra preocupação no lugar. Tornaram-se indispensáveis cuidados adicionais para evitar perder ou ter o cartão roubado. Ele podia deixar de ser funcional também por falhas técnicas, programas antifraude das instituições financeiras acionados indevidamente, ou ser eventualmente clonado. E quem já passou pela experiência conhece a desagradável maratona, muito amplificada em viagens internacionais. A dor de cabeça vai de comunicar a perda ou roubo do cartão, providenciar seu cancelamento, obter novo cartão no interim, alterar pagamentos pré-programados, a até questionar débitos indevidos.
Carteira digital
Tantos revezes abriram espaço para o surgimento das carteiras digitais. Este dinheiro invisível permite fazer compras online de forma segura e prática através de transações eletrônicas pelo computador ou smartphone. O novo formato de meio de pagamento reduziu drasticamente o risco do uso imobilidade,ndevido do cartão de crédito por terceiros. Na prática, funciona como seguro financeiro, hotel,hosptanto para quem paga como para quem recebe.
No Brasil, apesar de relativamente recente, o sistema ganha adeptos a cada dia. Um estudo da Mindminers patrocinado pela Paypal mostra que nas viagens internacionais a predominância do cartão de crédito sobre a moeda já não é tão absoluta.
A utilização de carteiras digitais, principalmente pelo próprio Paypal, já alcança 17% das pessoas. O índice é significativo, e já se aproxima dos 23% do cartão pré-pago, um meio bem mais consolidado. Nos percursos domésticos, a pesquisa mostra uma tendência ainda mais favorável, com a intenção de uso futuro devendo chegar a 39%.

Viagem sem riscos – A carteira digital alivia a vida até da mais distraída das mochileiras

Turismo e segurança
Estes dados ganham uma importância especial para o Turismo, uma indústria particularmente sensível a questões de segurança. Isto porque de um lado a carteira digital oferece maior tranquilidade ao usuário em suas compras, atividades culturais e passeios. De outro, dá ao comerciante mais garantias de recebimento da transação financeira. Além disso, a carteira digital também cria oportunidades adicionais de serviços que facilitem a organização de atividades como eventos e tours ou consumo.
A pesquisa, realizada há dois anos, reforça o potencial do setor para introdução destes novos meios de pagamento. Por exemplo, 92% afirmaram a intenção de viajar pelo país, especialmente Nordeste e Sudeste. Já 79% declararam sua vontade de embarcar para o exterior, priorizando a Europa e Estados Unidos. E quanto maior a facilidade e segurança nos desembolsos, maiores as perspectivas de bons negócios.
Para quem insiste em adotar velhas práticas de comercialização, a mesma pesquisa deixa importante aviso. O avanço dos novos meios de pagamento no pagamento de viagens é inexorável. Ou seja, veio para ficar. Basta dizer que cerca de 60% dos passageiros só pagam suas passagens aéreas domésticas e internacionais através de crédito. Isto significa cerca de três vezes mais que em dinheiro. Será que é preciso dizer algo mais?

Dar sorte ao azar – perder dinheiro ou cartão em viagem é tão ruim como chuva durante todas as férias

Fonte: www.turismosemcensura.com.br

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