19 de março de 2024
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O melhor do Brasil é o brasileiro

Meu irmão dizia que o diabo é esperto não por ser diabo, mas por ser velho. Estava certo. Eu, que já estou para lá de Marrakech, finalmente aprendi a me afastar dos assuntos polêmicos.
Portanto, não vou escrever sobre a Amazônia, nem sobre os índios verdadeiros ou não. O Brasil está repleto de representantes da tribo Turuna, não há como conversar com esse povo, que gosta mesmo é de passear no Saara – credo, há que se ser carioca para entender essa frase. Mas somos brasileiros, profissionais do nonsense, com um pouco de boa vontade os não-cariocas decifrarão tal mistério.
Também não falarei do Macron, que acho bonitinho, muito menos de sua excelentíssima esposa, pois considero uma baixaria o que as redes sociais estão comentando sobre ela. Não sei se é verdade o que li no Facebook, que o Trump teria dito que se outros países invadissem a Amazônia, ele enviaria tropas para ajudar os soldados brasileiros. Deus nos livre, não sei o que é pior: uma invasão alienígena ou as tropas do Trump. Se os norte-americanos entrarem aqui, não sairão nunca mais. Aí mesmo é que a Amazônia irá para o brejo. Napalm não falta.
Para o bem de todos e felicidade geral da nação, dedicarei esta crônica às girafas, aos ursos e aos elefantes que, semana passada, foram as estrelas da internet brasileira. Gente com solução para as queimadas que acontecem anualmente nas florestas. A turma que entende todos os detalhes do agronegócio do patropi e da sua influência na qualidade do fois gras produzido em Midi Pyrénées ou na perfeita textura do magret de canard, preferencialmente preparado com peito de pato Moulard. Teóricos do aquecimento global hiper estimulado pela devastação amazônica. Gênios da raça que não titubeiam diante de assuntos complexos como a política interna, externa e espacial de todas as galáxias, simplesmente não sabiam que tais animais não existem na América do Sul.

Realmente, o melhor do Brasil é o brasileiro. Todo mundo palpita sobre tudo na maior cara de pau. Do alfinete ao foguete, proclamamo-nos doutores.
Gente tola, sem cultura geral. Podiam ter pesquisado no Google e descoberto que os ursos, as girafas e os elefantes moram em circos e jardins zoológicos, não tinham como queimar os seus rabinhos no mundialmente badalado apocalipse amazônico.
Tanta “inguinorânçia” me espanta.

O Boletim

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