16 de abril de 2024
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Notícias do Reino Unido

Não me canso de admirar o empenho do Brasil em ser a vanguarda do atraso. Enquanto nós discutimos se as crianças não-brancas fazem, ou não, as pessoas atravessarem as ruas, a Inglaterra marcou um gol de placa. Ontem, o príncipe Harry, sexto na linha sucessória, anunciou o seu noivado com a atriz multirracial norteamericana Meghan Markle. Quero avisar que escrevo multirracial, afromaericano e outros que tais em homenagem aos politicamente corretos. Concordo 100% com a imprensa portuguesa que não usou eufemismos. Anunciou a novidade sem meias palavras: a noiva é plebéia, divorciada e mulata. Por acaso, esta é a verdade. Miss Markle é filha de mãe negra e pai branco, igual à nossa Taís Araújo, que ainda chora pelos cantos os seus problemas mal resolvidos.

O fato é que Miss Markle conta com o apoio da família real. Papai Charles está feliz, vovó Beth já a convidou alguma vezes para o chá das cinco, Kate e William, futuros reis, declararam o seu encanto com a cunhada. Harry está nas nuvens, ele mesmo disse. O casamento seguirá o protocolo das pompas e circunstâncias e a noiva receberá o título de sua alteza real, a duquesa de Sussex. O máximo.
Não adianta ninguém tirar do bolso o argumento de que no Brasil é diferente porque fomos o último país do mundo a abolir a escravatura. A Inglaterra, potência segregacionista, pintou e bordou na África e só mudou de opinião a respeito do tráfico negreiro, com o qual lucrava muito, no século XIX, quando começou a revolução industrial e a produção de mais-valia mudou de endereço.
Aplaudo os ingleses: gente civilizada é realmente outra coisa.
Dito isso, registro o meu espanto por ter sido participada, no fim da tarde de ontem, segunda-feira, 27 de novembro de 2017, que a Universidade de Essex, Reino Unido, após exaustivos estudos comandados pelo médico Gerulf Rieger, constatou que nenhuma mulher é heterossexual, todas são bi ou definitivamente homo. Passado o susto inicial – céus, fui uma fraude a vida inteira – agradeci a Deus os meus 32 anos e dois bisnetos. Na minha idade, já não precisarei me reciclar nem embarcar nessa onda muderninha. Acho que não tenho jeito para o lance. Nada contra, cada um faz o que quer com o próprio corpo. Mas ainda prefiro os meus velhos bons tempos em que homem era homem e mulher era mulher.
Eventualmente – no caso, agora – a velhice é uma paz. Nem preciso me preocupar. Meu problema, no momento, é fazer um minguazinho para o bisneto caçula, que está com catapora.
A mulherada jovem que se resolva.

O Boletim

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