19 de março de 2024
Turismo

Vancouver, minha paixão maior

Se você leu meu último post sobre Butchart Gardens já sabe da ligação profunda que tenho com o Canadá. Morei em Vancouver por seis anos e tenho, inclusive, uma filha que nasceu lá. Sorte dela!

A cidade de Vancouver tem 640 mil habitantes, e é a oitava maior do país. A Grande Vancouver engloba mais 20 outros municípios e tem 2.500.000 habitantes.

Seu nome é uma homenagem ao capitão inglês George Vancouver, que explorou a região no final do séc. 18. Durante o séc. 19 diversas pessoas e grupos, espanhóis inclusive, se estabeleceram na região, atraídos pelo comércio de madeira, de pele de animais e pela procura pelo ouro. No final do séc. 19, Vancouver já estava estabelecida como cidade.

Vancouver é rodeada por mar e montanhas, e repleta de parques, o que faz dela uma cidade muito atraente. (Fonte:www.tourismvancouver.com)

Vancouver é um daqueles lugares que a gente se encanta de cara, pela beleza e qualidade de vida. Como nada é perfeito, no inverno e na transição das estações do ano pode chover fino, mas frequente. O que fazer? Nada. Isto só faz o povo aproveitar ainda mais os muitos dias de sol, principalmente durante o verão.

Outra vantagem: se por um lado Vancouver pode ter dias chuvosos e nublados, por outro tem a mais alta temperatura média no inverno. Quase nunca neva e, durante os anos que morei lá, raros foram os dias de inverno com temperaturas abaixo de -3C. Isto para Canadá, acredite, é quase nada! E, como em todo país da Zona Temperada do Norte, as estações do ano são bem diferenciadas e definidas.

É lindo ver no inverno a neve no topo das montanhas no norte da cidade, como também é espetacular ver a floração de milhares de cerejeiras e depois das tulipas na primavera, assim como curtir os dias longos e luminosos do verão nas praias e parques, e fechando o ciclo, é fantástico vivenciar o outono tingido por uma gama de amarelos, laranjas e vermelhos de suas árvores.

As principais regiões da cidade. (Fonte: www.commons.wikipedia.org)

O mapinha acima dá uma ideia de como é Vancouver. O centro (Downtown) engloba os bairros de Yaletown e Gastown. O bairro de West End fica bem ao lado, mas já é majoritariamente uma área residencial.

As área cinzas fazem parte da Grande Vancouver. São 21 municípios ao todo. A cidade localiza-se na beira do oceano Pacífico, e é protegida pela Ilha de Vancouver, grande território que se desenvolve paralelamente à costa. Isto faz com que o mar seja super calmo e as praias muito seguras. Estamos falando de águas do Pacífico, um tanto frias, mas nada que um “bravo guerreiro” não possa suportar!

Vamos aos destaques desta cidade apaixonante:

1– Stanley Park:

Se o leitor olhar o mapa acima, verá uma área verde grande na parte superior da cidade. Este é o Stanley Park, um dos mais bonitos e maiores parques urbanos do mundo. É sem dúvida o melhor representante físico da cidade, que tanto preserva a natureza. Há dois lagos, sendo que o principal é o Lost Lagoon, há muitas trilhas, enormes áreas para piquenique, três praias e pista para pedestres e ciclistas em todo o perímetro do parque. Sem falar do Aquário, um complexo com display de várias espécies marinhas e também piscinas com baleias e golfinhos, que fazem a alegria da garotada, e certamente de seus pais também.

Mapa que fotografei no Stanley Park. O que mais chamou minha atenção foi o sinal de “NO SMOKING” no parque. Fantástico! (Fonte: Mônica Sayão)
Lost Lagoon, no Stanley Park, com seus frequentadores mais fiéis. (Fonte: Mônica Sayão)
Outra margem do Lost Lagoon. (Fonte: Mônica Sayão)
Uma das três praias que pertencem ao Stanley Park. (Fonte: Mônica Sayão)
Campo de golfe no Stanley Park? Também tem! (Fonte: Mônica Sayão)
Clube de Remo de Vancouver, junto ao Stanley Park. (Fonte: Mônica Sayão)
Coal Harbour, com sua marina: área residencial valorizadíssima em frente ao Clube de Remo. (Fonte: Mônica Sayão)

2- Downtown:

Todo centro de cidade canadense parece igual? Nem pensar, não o de Vancouver. É só ver a imagem abaixo. Ter um centro margeando o mar, que, de tão tranquilo mais parece um lago, não se encontra em qualquer lugar. Além da cidade ser protegida pela Ilha de Vancouver, como falei anteriormente, a costa é muito recortada e proporciona uma situação única de tranquilidade para marinas e grandes reflexos para fotos.

O comércio no centro é bastante variado, com shoppings e lojas de rua de grifes internacionais. Mas meu lugar favorito para flanar e ver a moda é a Robson Street, uma rua estreita com construções baixas, boas lojas e um charme todo especial.

A linda silhueta de Downtown vista a partir do Stanley Park. (Fonte: Mônica Sayão)
Robson Street é a melhor e mais simpática rua para fazer compras em Downtown. (Fonte: Mônica Sayão)

3- Gastown:

Há 150 anos aqui nasceu Vancouver. Parece que o tempo parou em Gastown. Isto chega a ser divertido porque o relógio a gás, inaugurado em 1977, está lá para nos avisar, a cada 15 min, acompanhado de aviso sonoro e fumaça (para deleite dos turistas), que o tempo continua andando.

Gastown é um dos mais agradáveis recantos da cidade, repleto de restaurantes, cafés, lojas de souvenirs e, principalmente, lojas de designers locais. Imperdível!

Gastown foi onde a cidade nasceu. (Fonte: Mônica Sayão)
Detalhe do relógio de gás, que solta fumaça a cada 15mim. (Fonte: Mônica Sayão)

4- False Creek:

A tradução de False Creek é “Riacho Falso”. Tem este nome porque nada mais é que outro braço estreito e comprido do mar que avança sobre a costa, mais parecendo um rio. O mapa abaixo mostra sua forma e também as várias linhas de pequenos ferries que levam o público de um lado a outro do canal. É outra região muito valorizada e excelente para residir, por estar próxima ao centro e ao mesmo tempo junto ao mar e suas outras tantas marinas.

Esta área foi revitalizada após Vancouver ter sediado a Expo em 1986. Há dezenas de prédios e townhouses lindas e moderníssimas. E sempre uma via arborizada para pedestres e ciclistas. Aluguei uma apartamento aqui por dez dias e simplesmente amei!

Foto 14 – Mapa que mostra False Creek. (Fonte:www.yaletown.ca)
False Creek: via para pedestres separada da via para ciclistas, com canteiros e bancos no meio. Tudo de bom! (Fonte: Mônica Sayão)
Mais de False Creek. (Fonte: Mônica Sayão)

Há três pontes que cruzam o False Creek, ligando o centro e sul de Vancouver a Downtown. São elas a Ponte Burrard, a Granville e a Cambie.
Sob a Ponte Granville localiza-se o Granville Island Market, uma grande área composta por mercado de frutas, peixes, vegetais etc, por vários restaurantes, lojas variadas, ateliers de artistas e mais um tanto. É outro desses lugares imperdíveis da cidade, principalmente nos fins de semana de sol, quando há apresentações de artistas ao ar livre e o lugar parece uma festa.

Chegando a Granville Island de ferry no início do dia. (Fonte: Mônica Sayão)
Deixando Granville Island de ferry no final da tarde. (Fonte: Mônica Sayão)
Se você, leitor, gosta de cerejas, não há lugar no mundo onde as cerejas são maiores, mais doces e mais suculentas. Acreditem! Melhor lugar para comprá-las: em Granville Island Market, onde elas vêm direto das plantações do Okanagan Valley. (Fonte: Mônica Sayão)
A Ponte Burrard: o False Creek começa a partir dela. (Fonte: Mônica Sayão)

5 – English Bay:

Outra área muito bonita e bastante popular é English Bay, que é o trecho entre o False Creek e o Stanley Park. A praia é bastante frequentada, e apesar de meus avisos sobre a água fria, veja que os frequentadores me ignoraram!

English Bay é bastante popular entre os locais. Olha lá o Stanley Park ao fundo. Esta foto foi tirada às 20h do verão canadense! (Fonte: Mônica Sayão)
Outro ângulo da English Bay: dia de semana, 20h, e todos aproveitando o verão. (fonte: Mônica Sayão)

6 – Kitsilano:

É um dos bairros mais simpáticos da cidade, local de residência de gente jovem e descolada.

Kitsilano com parte de sua enorme piscina pública e com sua praia ao fundo. Mais ao fundo, Stanley Park, English Bay e Downtown. (Fonte: Mônica Sayão)
Esta foto da praia de Kitsilano foi tirada às 21h, em um dia de semana. Será que o povo não vai pra casa? (Fonte: Mônica Sayão)
A praia de Kitsilano tem um grande parque ao lado. O pessoal às 21h está jantando por lá… (Fonte: Mônica Sayão)

7 – Queen Elizabeth Park:

Na região centro e sul de Vancouver encontra-se a maioria das casas residenciais da cidade, em lindas ruas arborizadas. E também dezenas de parques, sendo o Queen Elizabeth Park o meu favorito. É um jardim público bem grande, com entrada gratuita, e sempre com jardins impecáveis, a qualquer época do ano.

Queen Elizabeth Park: uma paixão! (Fonte: Mônica Sayão)
Queen Elizabeth Park no verão passado, e eu na maior alegria de estar de volta à cidade. (Fonte: Mônica Sayão)
Vista de Downtown a partir do Queen Elizabeth Park. (Fonte: Mônica Sayão)
Até a UBC, University of British Columbia, é rodeada por densa mata e possui lindos jardins. (Fonte: Mônica Sayão)

Poderia continuar indefinidamente falando sobre Vancouver. E veja que nem falei dos deliciosos restaurantes, de cafés estilosíssimos e sorvetes divinos. A parte gastronômica ficará para outra ocasião.

Para terminar, gostaria de mostrar outras poucas fotos da cidade, que comprovam minha teoria das estações do ano marcadas e sempre aguardadas com certa ansiedade.

Visitar a cidade em abril é garantia de ruas inteiras cobertas por cerejeiras em flor. (Fonte: Mônica Sayão)
Um pouco depois, as tulipas aparecem numa profusão de cores. A primavera é uma época maravilhosa! Estes canteiros são em English Bay. (Fonte: Mônica Sayão)
E para completar, quem pode resistir ao outono no hemisfério norte? Nesta rua moram meus cunhados, não é incrível?
(Fonte: Otavio Sayão)

Não faltam motivos para a gente visitar pela primeira vez ou retornar, sempre!

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

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