19 de março de 2024
Turismo

Descobrindo o Douro – parte 1

Já havia visitado a região vinícola do Douro algumas vezes, sempre fazendo passeio de dia inteiro a partir do Porto, que incluía uma parte de barco. Mas numa das vezes resolvi fazer diferente: pernoitar 3 noites por lá. Era a única forma de ter a real perspectiva do lugar: precisava conversar com o pessoal local, me embrenhar por estradinhas além da que acompanha o rio, testemunhar o trabalho nos vinhedos. E aí foi paixão arrebatadora, um querer voltar sempre!

Detalhe da região vinícola do Douro
O rio Douro nasce na Espanha e tem sua foz na cidade do Porto.
(Foto: tripsite.com)

Alugado um carro no Porto, saímos em direção a Peso da Régua. O principal trecho do Douro fica entre Peso da Régua e Pinhão, e pode haver controvérsias aí, mas é a parte onde o rio se mostra mais largo, por inteiro e o acesso de carro é irrestrito. Sem contar que é a partir da Régua até São João da Pesqueira que estão grandes viticultores, estruturados para receber o público.
Nossa primeira parada no caminho foi em Vila Real. Seu centro histórico é super simpático, com construções bem interessantes. A Sé, catedral da cidade, tem seu exterior em estilo românico e singela talha dourada em seu altar.

A Sé de Vila Real com sua fachada românica.
(Foto: Mônica Sayão)
Interior da Sé com a talha dourada ao fundo.
(Foto: culturanorte.pt)

Em frente à Sé está a Pastelaria Gomes, bem típica da cidade, onde se pode comer um sanduíche sem grandes pretensões, mas com toda a graça e criatividade para nós, brasileiros. Vejam a foto abaixo.

Amei a ideia. Bem divertida!
(Foto: Mônica Sayão)

Depois fomos até a Casa de Mateus, lendária produtora dos vinhos Mateus Rosé de nossa juventude. Fica a 2 km de Vila Real. A beleza do conjunto arquitetônico barroco e de seus jardins faz do lugar uma visita imperdível. Sem contar os vinhos…
Há várias modalidades de visitação da propriedade, incluindo casa, capela e jardins. Há degustação de vinhos do Porto e também do DOP Douro. Mais detalhes: www.casademateus.com

Casa de Mateus, produtora dos vinhos rosé.
(Foto: Mônica Sayão)
Detalhe da construção barroca. (Foto: Mônica Sayão)
Jardins da Casa de Mateus.
(Foto: Mônica Sayão)
Jardins da Casa de Mateus
(Foto: Mônica Sayão)

De lá seguimos até Peso da Régua . A paisagem já começa a nos dizer o que vem adiante. Régua não é um povoado atraente, fiz bem em não pernoitar lá. Optei por um hotel que fica ao lado de Régua, a Quinta do Vallado. Esta é uma quinta que pertenceu à lendária Dona Antonia Ferreira, o grande nome da viticultura do vinho do Porto do século 19, e ainda hoje pertence a seus descendentes.

Quinta do Vallado: casa original, de 1716, hoje usada como hotel.
(Foto: Mônica Sayão)
Quinta do Vallado: capela antiga.
(Foto: Mônica Sayão)

A Quinta do Vallado tem produção discreta em quantidade, mas seus vinhos são muito bem cotados no mercado e têm sido premiados. Na casa original do século 18 há 5 quartos para hospedagem e uma linda capela. Em abril de 2012 foi inaugurado um anexo com 8 quartos, de arquitetura moderna e decoração idem, onde ficamos por uma noite. O hotel é fantástico e a diretora Claudia Ferreira e sua equipe foram impecáveis, além de muito amáveis.
www.quintadovallado.com

Quinta do Vallado: anexo moderno com 8 quartos.
(Foto: Mônica Sayão)
Quinta do Vallado: decoração elegante e despojada.
(Foto: Mônica Sayão)
Quinta do Vallado: vista do nosso quarto: só vinhas e oliveiras.
(Foto: Mônica Sayão)

No dia seguinte um funcionário nos levou para uma visita à cave inaugurada em 2009, e nem precisa dizer que é tudo muito contemporâneo.

Quinta do Vallado: visita a cave
(Foto: Mônica Sayão)
Quinta do Vallado: detalhe do armazenamento das garrafas.
(Foto: Mônica Sayão)
Quinta do Vallado: degustação… a melhor hora!
(Foto: Mônica Sayão)

Por que não passamos as 3 noites lá? Porque o hotel tem vista para o rio Corgo, afluente do Douro, que é um riacho bem menor. Eu queria muito ter uma vista bem de perto do Douro e assim seguimos em direção a Pinhão. De qualquer forma, recomendo muito o hotel Quinta do Vallado, assim como jantar no restaurante Castas e Pratos, em Peso da Régua, que é maravilhoso. Ele fica nos antigos armazéns da estação de trem – ambiente contemporâneo, lindo, com comida divina. Faz parte da minha lista de imperdíveis.
www.castasepratos.com

Restaurante Castas e Pratos em Peso da Régua: maravilhoso!
(Foto: thefork.com.br)
No dia seguinte visitamos Lamego, que fica a 8km de Régua. É uma cidade muito simpática, com muitos atrativos, e que tem um acervo barroco bem importante. Seu atrativo principal é o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, com sua escadaria barroca revestida com painéis de azulejos e com vista privilegiada da cidade. É um dos imperdíveis.
Vista parcial do Santuário de N. S. dos Remédios em Lamego.
(Foto: Mônica Sayão)
Santuário de N.S. dos Remédios: detalhe da escadaria e seus painéis de azulejos
(Foto: Mônica Sayão)
Santuário de N.S. dos Remédios: A vista do Santuário a partir do centro de Lamego.
Vejam o tamanho da escadaria!
(Foto: Mônica Sayão)

A Sé (a catedral) também merece uma visita, por ser um fantástico exemplar da arquitetura manuelina, o gótico português do tempo das grandes descobertas marítimas.

A Sé de Lamego. (Foto: Mônica Sayão)

Mais sobre a região do Douro na próxima semana…

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

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