18 de abril de 2024
Colunistas Maria Helena

Um Secretário de Educação absolutamente inadequado

Avanço contra os livros

Os Sertões

Rondônia foi premiada com um secretário de Educação que é uma figura extraordinária! Você, leitor, leu a lista de livros que ele queria que fossem recolhidos das escolas estaduais? Ainda bem que algum funcionário mais atilado percebeu que aquela lista era uma bofetada no país!
Com o argumento de que os livros listados tinham conteúdo inadequado às crianças e adolescentes, o secretário Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu não teve pejo em incluir em seu memorando livros como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Os Sertões”, duas das maiores obras literárias assinadas por brasileiros!
Curiosamente, o secretário, apesar de confirmar a existência do documento, declarou que o mesmo não passava de um rascunho! Segundo o secretário, foram técnicos que redigiram o “rascunho” cujo teor ele não aprova, apesar de tê-lo assinado. Mais curioso ainda: para defender os técnicos, o secretário disse que eles foram levados a agir devido a uma denúncia que os livros continham palavrões!
Gostaria que o senhor Lacerda de Abreu mostrasse em qual capítulo, em quais páginas tanto de “Os Sertões” quanto de “Memórias Póstumas”, seus honoráveis técnicos encontraram palavrões.
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O mesmo digo de “O Processo”, de Franz Kafka e de “Contos de terror, de mistério e de morte”, de Edgar Allan Poe, dois clássicos da literatura universal que também figuravam na lista da secretaria.
Segundo a indefectível lista, 19 livros de Rubens Fonseca, 8 de Carlos Heitor Cony e 3 de Nelson Rodrigues também deviam ser recolhidos. Bem, nesses podemos encontrar, aqui ou ali, palavras de baixo calão que não destoam. e sim enriquecem, o tema escolhido pelo autor. São livros que só honram nossa literatura. Mas cá pra nós, seria o caso desses livros serem adotados por escolas básicas?
Francamente, senhor secretário Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu. Parece que tudo em sua secretaria deve ser revisto. A começar pela escolha dos técnicos.
A lista, ainda bem, foi cancelada e os livros nela contidos não serão recolhidos. Torço para que façam parte da Biblioteca Pública Estadual de Rondônia.
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Nem por isso a notícia deve ser ignorada. Ao contrário, devemos falar muito nela, para que nunca mais isso se repita, em nenhuma Secretaria de Cultura de nenhum estado brasileiro.
Fonte: Blog do Noblat

O Boletim

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