28 de março de 2024
Colunistas Marco Angeli

Ares de ditadura

Devagar e sempre, um golpe vai sendo dado no Brasil contra sua frágil democracia

Começa sempre da mesma forma.
Pequenas supressões de direitos individuais, controle da sociedade através de estratégias ‘politicamente corretas’, e isolamento econômico de inimigos.
Tudo pelo social, naturalmente.
Quase sempre, ditaduras – como a de Adolf Hitler ou Benito Mussolini -, são calcadas em populismo barato, que rezam sempre a lenga lenga da defesa do bem estar do povaréu.
Tudo pelo povo, etc e etc.
Aliás, vale ser lembrado aqui os discursos do picareta de Garanhuns, Lula da Silva, cuja pretensão era enfiar no país uma ditadura do proletariado de Rolex.
Existe sempre, naturalmente, uma arenga ‘legalista’ de fachada, para dar ares ‘democráticos’ à uma ditadura.
Uma ditadura é sempre centralizadora, concentrando o poder nas mãos dos interessados que a impõem de cima para baixo.
Com o tempo, as ditaduras suprimem qualquer espaço ou possibilidade de comunicação e deliberação, que vão sendo fortemente regulados e controlados à força.
Dessa forma, ditaduras calam as vozes de oposição e forçam o que querem goela abaixo do povo sem nenhuma consulta à sociedade.
Ou com consultas que não valem nada, como foi a do plebiscito do desarmamento em 2005, onde o resultado da vontade do povo simplesmente foi ignorado.
Desde Roma, ditaduras são instituídas pretensamente como regimes de exceção, onde depois de um período pré-determinado terminam, devolvendo o poder a quem é de direito..
O que, sabemos, raramente acontece, ditaduras tendem a se perpetuar no poder.
Existem algumas formas de ditadura, mas as mais expressivas são as ditaduras fascistas, que tem um líder – ou um grupo – autoritário que toma o poder nas mãos, estabelece a censura aos opositores e no último estágio invade suas casas, íntima seu críticos e coloca armas em suas caras.
Historicamente, ditaduras são impostas por grupos militares.
Mas, no caso de ser exercida por um poder judiciário, por exemplo, a ordem e a lei se subvertem e todas as vítimas de sua ira são – vejam só – ‘julgadas’ por seus próprios algozes.
Na melhor das hipótese, tudo acaba em pizza… uma pizza jurídica.
Já que se trata de um regime imposto, sem margem ao diálogo ou à crítica, naturalmente precisa da força bruta para ser imposto.
Pode começar, por exemplo, com a intimação de jornalistas opositores, enviando a polícia com intimações à suas casas ou locais de trabalho.
Depois piora.
Ditaduras sangrentas como a de Fidel Castro em Cuba, por exemplo, simplesmente metiam uma bala no crítico, e o problema estava resolvido.
O que, em última análise, é o que uma ditadura faz com seu povo: mete uma bala em sua liberdade, tendendo a, com o tempo, regular todos os aspectos da vida pública ou privada.
Qualquer semelhança com o ocorrido hoje no país, um dia negro para a liberdade, onde um ministro atropela a Constituição e nomeia parceiro para ordenar ilegalmente – passando por cima dos ritos estabelecidos e de suas atribuições – a invasão e intimação policial de jornalistas e críticos não é mera coincidência, infelizmente.
Como já observamos há muito, e fica agora reforçado, o Brasil se aproxima perigosamente de 1964.
Nesse imbróglio que envolve o Procurador Geral da Republica, Augusto Aras, que denuncia e tenta impedir a ação de Toffoli e Alexandre de Moraes – com o dedo do ex ministro Moro – só é possível enxergar um desfecho, péssimo sob todos os aspecto para o país: o impasse e o embate terminal entre o Executivo e o Judiciário que toma o poder ilegalmente nas mãos.
Quem viver – e não estiver intimado ou preso – verá.
Cabe – como também já dissemos – ao Executivo, que tem o povo a seu lado, acabar com essa verdadeira zona em que está se transformando a disputa pelo poder no país.
Em tempo: Ditadores não têm o apoio ou votos do povo. São apenas indivíduos espúrios onde o poder, por acaso, caiu no colo.
Fonte: www.marcoangeli.com.br

Arquivados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *