29 de março de 2024
Colunistas Ligia Cruz

Pandemia ou pandemônio?

Imagem: Google – FST

Ah! A mídia e os juízes de esquerda estão escandalizados com o xingamento e o tom ácido na reunião ministerial do governo Bolsonaro? Que bando de cínicos!
Tal assombro não se viu por parte desses enrubescidos senhores e senhoras da imprensa e oposição de esquerda, enquanto malas de dinheiro público passavam de mão em mão para contas no exterior, enquanto mulheres pariam nas ruas, doentes morriam nos hospitais do SUS, escolas desabavam na pindaíba e empresas fechavam as portas. Isso sim é de causar assombro. Está aí para quem quiser checar.
Um desserviço do senhor Celso de Melo ao divulgar o conteúdo total do vídeo de uma reunião privada, no apagar das luzes de sua passagem pelo STF. O decano revelou seu veneno para submergir longe dos holofotes. Pode virar um monge tibetano e rezar até o fim da vida que sua atitude não será apagada. O coronavírus que está ceifando vidas virou coadjuvante.
Todo mundo sabe que o capitão que ocupa o cargo máximo no Alvorada não é um doce de candura. Ele é desbocado, pavio curto, fala como se estivesse diante do pelotão, para ser ouvido até o último soldado da fila. Seria melhor se o comandante do país fosse um gentleman, com viés e filigranas, mas é o que temos para hoje. O povo o elegeu. Bem melhor do que a quadrilha que já governou a pátria, com ambições escusas e que mentia sem pejo.
Se fossem divulgar o palavrório usado por governantes, senadores, deputados e mais, de todos os escalões, ao longo de décadas, certamente aprenderíamos verbetes impolutos de elevado grau. Qual o objetivo de se divulgar isso tudo então? Zero resultado. E para piorar, em um momento grave da saúde pública.
Acham mesmo que foi diferente nos outros governos? Todo mundo sabe da língua solta de Lula & seus parças. É conhecida a forma e o tom de como o ex-presidente falava com os “companheiros e companheiras”. Ninguém se sentiu compelido a escancarar a fineza do ex-presidiário e suas proezas em reuniões fechadas para o público. Dois pesos, duas medidas.
Bolsonaro erra quando faz piadinhas inoportunas, destrata pessoas que divergem, manda jornalista calar a boca e mais grosserias, mas os cofres públicos estão a salvo da sangria desatada como já se viu. Isso sim indecente, nada republicano como se diz. Não é o presidente ideal para muitos, mas o brasileiro também precisa evoluir como cidadão para fazer melhores escolhas.
O erro de Bolsonaro nesse episódio foi entregar o vídeo bruto para a suprema corte. Ninguém faria isso, nem o mais bobinho do jardim da infância.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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