Foto: Sharon McCutcheon
Sabem aqueles programas de E.T.s, amigos e vizinhos? Tipo “Alienígenas do Passado”?
Então.
Volta e meia há especulações sobre como será uma eventual evolução física do ser humano.
Alguns preconizam que perderemos alguns dedos, que a cabeça aumentaria para acompanhar um crescimento do cérebro (coisa da qual duvido um pouco vendo alguns representantes da classe política brasileira) e afins.
De uma coisa tenho certeza: o homem do futuro será curvado.
Hoje, na padaria onde costumo tomar café – com Coca-Cola, me julguem – uma cena que já é absolutamente corriqueira me chamou atenção.
E justamente por ter se tornado corriqueira.
Uma família em uma mesa próxima terminava seu café: mãe e três filhos adolescentes e pré-adolescentes.
(Parênteses: como se a adolescência em si já não fosse suficiente, ainda criaram a pré, encurtando ainda mais uma infância que é cada vez mais curta)
Os três jovens sentados, curvados sobre seus celulares.
Pareciam marabus, uma ave exótica africana.
A família levantou.
Os três jovens caminhando, curvados sobre seus celulares. Foram até o caixa.
Curvados.
Saíram da padaria.
Curvados.
Não me entendam mal: eu amo tecnologia e meu celular é uma pequena usina de força, onde trabalho, estudo, me divirto…
Mas na hora lembrei do que diz Jordan Peterson, sobre a importância e influência da postura sobre a mente: andar curvado causa sobre o cérebro um efeito semelhante ao físico.
Corpo curvado, alma cabisbaixa.
É claro que estou resumindo e simplificando tremendamente uma tese.
É claro que não basta sair por aí fazendo a pose do Superman – mãos na cintura e cabeça erguida, e que alguns acreditam que causa efeito positivo sobre a mente – para acabar com a depressão, por exemplo.
Mas, se a tendência do ser humano do futuro é ser um homem-marabu, eu proponho como antídoto a receita do compositor Walter Franco:
“Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo…”
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.