28 de março de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Carta aberta aos rubro-negros: o ano em que os dinossauros caminharam sobre a Terra

Escrevo sem saber se o técnico Jorge Jesus fica ou vai, se o Gabigol fica ou vai, se mais alguém – ou todo o elenco do Flamengo – fica ou vai.

Só sei de uma coisa, amigos e irmãos rubro-negros: indo quem for e vindo quem vier, mantenham sempre em mente um fato irrefutável, inquestionável, inabalável e inexorável – em caixa alta para todo mundo ver:

O QUE OCORREU NO ANO DE 2019 LEVARÁ ANOS, TALVEZ DÉCADAS, PARA SE REPETIR.

Talvez nunca se repita.

Não me entendam mal: não é que não existam outros técnicos e outros jogadores, igualmente competentes e capazes de fulgurar na constelação rubro-negra, porque existem.

Mas o que aconteceu esse ano está muito além de mera capacidade técnica e aferível para dirigir um time ou jogar nele. Muito além.

O feliz acaso que permitiu o encontro do técnico Jorge Jesus com esse grupo, agora inesquecível, de jogadores de todos os tipos e condições, dos famosos e desejados aos antes humilhados e rejeitados, jamais vai se repetir.

O feliz acaso, coincidência, sincronicity, conjunção astral, influência do sol, Vênus transitando pelo quadrante de Júpiter, sei lá, foi só dessa vez. No more. Neca de pitiribas. Quem viu, viu. Tem, mas acabou.

O amálgama, a fusão, a alquimia sutil e delicada forjada por Jorge Jesus e seu grupo, foi a História, assim, com maiúsculas, sendo escrita diante de nossos olhos.

Menino, não verás outro time como este, ou verá, em 30, 40 ou 50 anos.

O Flamengo de Jorge Jesus e seu escrete – que coisa BOA poder usar essa palavra que não podia ser justificadamente usada desde o esquadrão de Zico – me lembram os Beatles.

Surgiram, iluminaram o mundo durante pouquíssimo tempo, fulgurantes de talento – e se recolheram à sua própria glória.

Lembraremos sempre desse ano como a Era em que os dinossauros caminharam sobre a Terra – e nós pudemos vê-los.

Que sortudos somos nós.

Saudações rubro-negras.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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