19 de abril de 2024
Colunistas Ilmar Penna Marinho

Os três Poderes são independentes e harmônicos entre si


O título é o enunciado do Art. 2ª da Constituição.
Deviam ser…
O editorialista Valter Bernat de OBoletim alerta para o absolutismo constitucional reinante.
No Brasil, os Togados-reis legislam. mandam no Executivo e ameaçam a estabilidade das instituições democráticas.
Justiça seja feita: sob a máxima urgência, os interditos de Suas Excelências foram audaciosos nas liminares e nas decisões monocráticas
O STF, o secular guardião da Constituição, impediu 3 nomeações do Poder Executivo. Vetou Lula para Ministro da Casa Civil da presidenta Dilma, impediu a posse de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho e recentemente “proibiu” a nomeação do Diretor-executivo da Polícia Federal pelo faniquito da “impessoalidade”.
Num passe de mágica, a maioria togada sepultou a jurisprudência dominante no STF e revogou a prisão em 2ª instância. Soltou um ex-presidiário-presidente, condenado em todas as instâncias por corrupção, junto com perigosos foras da lei, escancarando a porta da impunidade no país.
Daí por diante, reinou “L´État c’est moi”, o Estado sou eu…
Nunca se viu na história do Supremo tamanho retrocesso e tão tempestuoso mar de incertezas jurídicas.
Os exemplos citados não são FAKE News. São decisões perfeitamente comprovadas na marcha da insensatez.
Foi o voto decisivo do ministro Alexandre de Moraes no Habeas Corpus que revogou a sentença condenatória por corrupção passiva de um ex-gerente da Petrobras. Seu voto revisou a jurisprudência da execução da pena no STF e anulou boa parte das conquistas condenatórias da saudosa Lava Jato.
Sua Excelência votou no STF contra o voto eleitoral impresso. Sustentou que “comprometia a confidencialidade do voto”. A decisão contrariou uma lei aprovada pelo Congresso Nacional e devidamente sancionada.
Em decisão “extremamente perigosa” pelo precedente de abraçar a “censura” no Brasil, S. Ex.ª determinou que a revista Crusoé “retirasse imediatamente do ar reportagens e notas que citam o presidente da Corte”.
Hoje, na guarita constitucional, nenhum Togado está impedido de nada no Brasil, tanto melhor, se o alvo predileto for o Presidente Bolsonaro “nesses tempos difíceis”.
Assim, não se intimidaram em desafiar o Chefe do Executivo: exigiram a prova do seu exame do Convid-19, o acesso aos seus celulares pessoais e ordenaram a quebra do sigilo bancário de 11 parlamentares bolsonaristas.
Tudo em sintonia com a sórdida mídia, incentivadora dos retóricos discursos dos togados de repulsa às manifestações pró-governo federal.
O confinamento social no pico da crise sanitária, matando mais de 53.000 brasileiros, empresas e empregos, no sufoco de uma catastrófica economia mundial, Suas Exas., como membros da realeza, se revezam para implodir a governabilidade do país.
A exemplo da China, tida como o epicentro da pandemia, o Supremo se tornou o epicentro da atual crise político-institucional no Brasil.
A que ponto chegamos: além dos profissionais da saúde e dos serviços essenciais, que dão provas diárias do seu amor e devoção em salvar vidas, o que o Brasil mais precisa HOJE são bombeiros democratas, homens de bem, patriotas que se UNAM para dar uma BASTA, em favor da Paz e da Esperança e de um futuro digno para as próximas gerações.
Antes que a nova marcha da “Família com Deus” ocupe a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e que os fogos de artifício virem tiros de canhão…

Ilmar Penna Marinho Jr

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *