23 de abril de 2024
Colunistas Ilmar Penna Marinho

A desinformação e as vacinas não confiáveis


Todo cuidado é pouco com a “desinformação” em tempos de tragédia humana.

Circulou recentemente nas redes sociais um belíssimo vídeo da Torre Eiffel, meses fechada devido à crise do coronavírus. Mostrava pingos luminosos, rolando do alto da torre, “derramando lágrimas”, numa homenagem às vítimas da Covid-19. Era FAKE!

A cena real foi do show de 12 minutos de luzes, realizado em maio/2019, comemorativo do 130º aniversário do mais famoso monumento de Paris, quiçá do mundo.

Países que dizem ter superado o “Pior”, de repente acumulam alarmantes índices letais. Outros, recordistas no vermelho, acordam aliviados com a pandemia, sob controle.

A França é um bom exemplo. O seu Presidente, em neurose de angústia, enfrenta uma altiva impopularidade. Fracassou nas greves e no combate a Covid-19. Há graves denúncias de que o Ministério de Saúde omitiu óbitos e deu informações “falseadas” de hospitalizações. Não conseguiu evitar uma segunda onda. O aumento de mortes fez com que muitas cidades francesas impusessem um radical isolamento social e o lockdown.

E o Brasil? O sorriso na máscara da capa da semana da VEJA ostenta: “Sinais de Alivio”.

Apesar das praias lotadas, da reabertura parcial do comercio e das aglomerações nas ruas o número de mortes se estabilizou e não deixa dúvida de que estão lentamente em queda.

O Chefe de Estado francês enfrenta violentos protestos nas ruas e tenta uma sobrevida no cenário internacional, às custas da ambiciosa “internacionalização da Amazônia”.

O Presidente Bolsonaro mobilizou as Forças Armadas para defender nossa soberania amazônica, operacionalizou medidas excepcionais para manter empregos durante o estado de calamidade pública e promoveu uma ajuda emergencial à população carente.

Sua popularidade todo dia aumenta, sobretudo no Nordeste. Entregou obras importante, como o Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco, que governos passados paralisaram por incompetência e corrupção.

As esperanças mundiais se voltam agora para a descoberta de vacinas confiáveis.

No dia 11 de agosto, o Presidente russo Putin anunciou no Kremlin a descoberta da 1ª vacina do mundo (Sputnik V) contra a Covid-19, sem que tivesse de fato iniciado a última 3ª fase, essencial no ensaio clínico, ou seja, deixou de lado o teste de segurança.

A comunidade científica logo reagiu com suspeitas à prematura propaganda da vacina russa. Em carta aberta, mais de 40 pesquisadores de Europa, Estados Unidos, Canadá e da própria Rússia denunciaram na revista Lancet de que “os dados nos quais a vacina russa se baseia foram deliberadamente manipulados”.

Mais do que as Fake News, a politização da vacina contaminou o Brasil.

O Governador da Bahia, Rui Guerra, petista e fã de Putin, comprou 50 milhões de doses da vacina russa.

O Governador de São Paulo, João Doria, presidenciável e antibolsonaro, entusiasta da vacina CoronaVac, produzida pela biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech, “contestada em diversos países”, receberá 5 milhões de doses. Os testes são coordenados pelo Instituto Butantã.

Ainda bem que crescem as esperanças na vacina de Oxford, a mais adiantada em termos científicos.

A FIOCRUZ, fundação federal, retomou os testes paralisados. Os resultados da fase 2 mostram que “a eficácia da vacina é próxima de 100% com duas doses.”

Que Deus proteja o Brasil dos políticos oportunistas e o mundo com uma vacina segura.

Ilmar Penna Marinho Jr

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

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