18 de abril de 2024
Veículos

Test-drive com o VW Virtus Comfortline


Primeira novidade da Volkswagen neste 2018, o Virtus, versão sedã do Polo, entra acelerando no disputado segmento dos sedãs compactos de padrão mais alto – ou premium, como o pessoal do marketing gosta de chamar. Estou tendo a oportunidade esta semana de testar a versão intermediária Comfortline do carro por uns dias e faço meu relato inicial neste post. Adiante, prometo mostrar e falar mais, em um vídeo para a TV Rebimboca, ok?

Pra começo de conversa, o Virtus é compacto na teoria, mas tem espaço médio na prática: sua distância entre-eixos é exatamente a mesma que tem geração atual do irmão maior Jetta (2,651m). E isso se reflete em conforto para quem vai sentado no banco de trás. Andamos em cinco a bordo e nem o galalau que foi sentado no meio do assento traseiro teve motivos para reclamação. No porta-malas – que na unidade que está parada ali na garagem está equipado com uma útil prateleira móvel opcional que torna o espaço ajustável – entram generosos 521 litros.

Por fora, mesmo sem romper radicalmente com o padrão visual da linha VW (que maldosamente colegas jornalistas costuma chamar de “linha P, M e G”, pois só o tamanho dos modelos varia), o sedã do Polo mostra um pouco mais de personalidade própria, com um desenho bastante agradável e que passa uma sensação de arrojo e velocidade. Acho que a cor vermelha reforça ainda mais essa ideia. As rodas de liga leve de 16 polegadas combinam com o mesmo conceito.

Mas é na hora de dirigir que – perdoem-me pelo trocadilho – o Virtus tem mostrado suas melhores virtudes. Difícil associar o rodar suave, as arrancadas e retomadas vigorosas e o silêncio que impera na maior parte do tempo dentro da cabine a um carro com motor 1.0 de três cilindros. O Tsi, com sua turbina e sua tecnologia, casado com um igualmente competente câmbio automático de seis marchas, torna o carro gostoso de dirigir. Graças ao turbo, os pouco mais de 20 kgfm de torque estão a postos desde as rotações mais baixas. No trânsito, em ritmo zen, as trocas de marcha são extremamente suaves e raramente é necessário ultrapassar os 2.500 rpm para acompanhar o fluxo. E isso, além do já mencionado silêncio, contribui para a economia de combustível – até aqui, minha média em trajetos urbanos com trechos livres e outros insuportavelmente engarrafados tem ficado acima dos 11 km/l com gasolina.

Quando a pista ficar livre e o motorista se cansar da pasmaceira, pode ajustar o câmbio para a posição “S”, que as marchas passam a ser esticadas até giros mais altos, e o Virtus fica bem mais esperto. E se o clima for de diversão, é possível usar os botões (padle shifts) atrás do volante para trocar manualmente as velocidades. Não chega a ser a sensação de um esportivo de fato, mas com o motor finalmente mostrando um pouco de voz (de tenor) e a suspensão justinha mostrando serviço, a performance é bem bacana.

No geral, o acabamento do carro é muito bom, apesar do excesso de plásticos rígidos, que nem sempre passam lá uma impressão de sofisticação à altura do das linhas, da tecnologia e – especialmente – do preço do Virtus. Os bancos forrados em tecido são confortáveis e agradáveis ao contato, macios na medida certa para não cansar nem deixar o corpo escorregar em curvas mais fechadas.

No Comfortline que estou avaliando, está embarcado o pacote de opcionais mais completo, chamado Tech II, que faz com que o carro custe R$ 78.440. Em relação à versão mais cara Highline, fica devendo pouquíssima coisa – as mais perceptíveis são os opcionais painel digital – que vi no Polo, é muito legal, mas cá entre nós, não faz lá muita falta – e rodas de 17 polegadas, que dão ao carro uma pinta mais arrojada. De resto, entre itens de série e pagos à parte, há praticamente de tudo em termos de conveniência, conforto e segurança. Sobre esta, aliás, um adesivo no vidro traseiro lembra que, como o irmão hatch, o Virtus recebeu nota máxima nos testes da avaliadora Latin Ncap. Será que vale mesmo a pena pagar ainda mais pelo Highline?

Acho que os principais concorrentes do Virtus são, na ordem, o também recém-lançado Fiat Cronos, o recém-retocado Honda City e as versões mais caprichadas do Ford Fiesta Sedan e do Chevrolet Cobalt. Poucos segmentos são tão disputados e por concorrentes com personalidades tão diferentes.
Vamos à ficha técnica do Virtus:
Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cilindros, 999 cm3, 12V, turbo, 128/116 cv a 5.500 rpm, 20,4 kgfm a 2.000/3.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas com opção de trocas manuais no volante, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: discos ventilados (diant.) e sólidos (tras.), com ABS, EBD e ESS (alerta de frenagem de emergência)
Direção: elétrica
Pneus: 205/55 R16
Dimensões: comprimento, 448,2 cm; largura, 175,1 cm; alt., 147,2 cm; entre-eixos, 265,1 cm; peso, 1.192 kg; tanque, 52 litros; porta-malas, 521 litros
Outros recursos: controle de tração, assistente de partida em rampa, detetor de fadiga do motorista. Par a lista completa de itens de série e acessórios, sugiro consultar o site da montadora (https://virtus.vw.com.br)

Fonte: Blog Rebimboca

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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